Poemas, frases e mensagens de Tália

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Tália

Para Ti.... Trabis

 
porque hoje
sou a última lágrima que me resta
a brisa que se afogou
a tempestade que acalmou
sou a lâmpada que se fundiu
o silêncio que o tempo pariu

sou ninho abandonado
agasalho rasgado

porque hoje
sou retorno do amanhã
sou sol frio
sou palavra encoberta
sou praia deserta
das frases que sopravam
da amizade que crescia
do olhar que sorria

porque amanhã não virei
porque por outra eu escreverei

deixo-te hoje
véspera do dia em que te encontrei
um abraço apertado
um sorriso de mar
e um sincero obrigado…

Tália

(Aqui, contigo e tantos outros, desde 18 de Setembro de 2006)
 
Para Ti.... Trabis

Bebi quatro copos de vinho maduro

 
Cortei uma lágrima em quatro partes
Escorreu o segredo em fios de sangue
Que manchou o silêncio no negro da alma

Mastiguei quatro manhãs com sabor a luz
Desnudei o céu do azul e entreguei-me ao mar
Cruzando oceanos de braços abertos de sentidos

Enterrei quatro letras na terra e reguei com água do rio
O meu nome é glaciar do teu olhar
Cristal à beira de quebrar na ausência dos lábios

Rasguei quatro notas de música
Soltou-se o som dos dedos e aninhou-se no peito
Que sorveste com a boca fria do corpo da lua

Encomendei quatro longos poemas
De mastros fortes para ancorar na saudade
Velas brancas a enrolar corpos molhados de desejo

Bebi quatro copos de vinho maduro
Encorpado de sonhos e do aroma fresco da noite
Na taça do teu corpo onde me encontro e embriago
 
Bebi quatro copos de vinho maduro

Naquela noite...

 
A noite não tinha formas, o corpo não tinha alma. A boca saboreava o sabor das estrelas enquanto as mãos achavam palavras que se pregavam ao lápis encontrando no papel o seu espelho. Não sei o que me fez ficar, não sei o que me fez esperar por aquele final fatal que alteraria o resto dos meus dias.
Sempre fugi das sombras que me abraçavam, sempre fugi de alguém que me sentisse.
Mas a alegria das tuas palavras desajeitadas faziam-me sorrir. Os ventos trazem-me agora as palavras de saudade, o calor a esperança do brilho. A estrada em que caminho não encontra o fim. A água que bebo não sacia a sede de um momento de amor em cama de areia. Já cruzámos silêncios, já devorámos olhares, já nos amámos loucos, já nos esquecemos por tão pouco. Sei que corres nas margens do meu sentir, sei que vens na brisa da noite, nos salpicos de vida que dão cor ao quadro que pinto.
O vazio que entorna a embriaguez dos meus dias é copo cheio de alegria ao sentir-te em mim na distância que nos separa. O espaço onde me recolho e te revejo, onde o cheiro é de madeira de carvalho, em cave escura no silêncio do fermentar da bebida que beijo e bebo, como se fosses tu, em goles pequenos entrando no meu corpo e preenchendo-me em baladas, como notas de musica suave e breve, até ao grito do orgasmo destas mãos cheias de palavras em que a coragem falta para as entregar ao teu olhar. Excedo-me selvagem, entrego-me a ti pura, dou-te tudo o que sou. Recebo-te em lençóis de um amor único, encantado pelo cheiro de desejos secretos. Serás sempre o álcool das minhas emoções, que me conserva o gosto pela vida e me faz caminhar nas areias movediças que encontro até de novo poder respirar-te.
Naquela noite houve uma sombra que me abraçou e me sentiu pregando o meu sorriso à lua.
 
Naquela noite...

Manda-me teus lábios...

 
Estende a mão,
deixa poisar a gaivota que se dirige a ti.

Acomoda os teus lábios
embrulhados em papel de ternura…
…nas suas asas…

Manda-os para mim, cuidarei deles…

Colocá-los-ei no meu corpo,
bem aconchegados,
nos refúgios que tanto gostas.

Vou beijá-los com ternura, com paixão,
ficarão escaldantes, desejosos de mim…

Sei que me vão perfumar com aroma de rosas
por cada beijo que me dão na pele,
terra fértil de amor e carinho.

Sei que me irão levar à loucura
como se estivesses aqui…
Fazendo amor comigo até ao amanhecer…

E depois,
deixá-los-ei descansar nos meus…

Manda-me teus lábios, meu amor…
…manda-os…

Talvez assim consiga enganar a saudade…

Tália
 
Manda-me teus lábios...

Declaro-me culpada...

 
Confesso que fui eu que troquei a aurora
para te poder ver logo pela manhã.

O cheiro a maresia que sentias e que tanto cheiraste
eram das minhas lágrimas salgadas, misturadas no teu mar.

Confesso que fui eu que pedi àquela gaivota
para te fazer companhia naquela tarde que te sentias tão só.

Soprei lilases e mandei-os para ti.
Limpei a lua para brilhar mais para ti.
Afastei todos os ventos,
para que o sol ficasse mais quente… para ti…

Confesso que navego em mares de sonhos,
que trago as ilusões como lâmpadas na vida apagada,
que faço dos desejos realidades prometidas…
Que trago nas mãos palavras como estrelas caídas.

Juntei as almas dos escritores e dediquei
todos os poemas de amor… a ti…
Peguei nos teus versos, poeta, e senti cada palavra,
cada sonho, cada desejo… como se fossem para mim…

Confesso que guardo o brilho dos teus olhos,
a força das tuas mãos, o cheiro do teu corpo,
o calor dos teus lábios…

…a tua voz… trago-a escondida dentro do meu peito…

Declaro-me culpada… de tanto te amar…
 
Declaro-me culpada...

Parabéns rosamaria

 
Seu nome é de flor
E deixa muitas a um canto
É bonita e sorridente
É uma mulher com encanto

Seus gestos são singelos
Sua amizade um tesouro
Seus poemas são dos mais belos
Suas palavras valem ouro

Espero que tenhas saúde
Amor e felicidade nesta vida
Neste dia tão feliz
Festeja-o com uma boa bebida

Nós aqui erguemos as taças
Para festejar a ocasião
De mais um ano vivido
De uma amiga do coração

Parabéns amiga Rosa Maria Anselmo

beijos

Tália
 
Parabéns rosamaria

Coisas simples

 
Gostava eu que me lesses
na ponta dos dedos.
Que me fizesses estrada
do teu caminho,
onde percorrêssemos
de mãos dadas
o areal junto do teu mar.
Gostava eu de me deitar
no luar da tua noite
e seduzir-te entre as estrelas.
Ser corpo de vinho tinto
e embriagar-te de mim.

Gostava eu, de ser tua…
… no momento exacto
que me desejasses ter.
 
Coisas simples

não senti um fim no aroma dos teus lábios

 
eram galhos quebrados, os gemidos
eram árvores secas, os corpos
eram momentos de raízes alagadas de prazer
tu e eu, na longa distância das palavras que se tinham
em orgias audazes nas madrugadas inquietas

o tempo passa desalmado
enquanto o meu corpo faz-se pedra
com a marca das tuas mãos nos meus seios
e a tua boca na minha carne rubra
(ainda te tenho dentro de mim)

o fogo morreu com o sorriso da lua
mas a saudade cresce com o calor do sol,
com a ausência do rio que matava a sede do meu desejo

faz-te mar em mim no deserto do meu corpo
faz-te terra húmida no anseio dos meus lábios
e diz-me baixinho que não será a última vez
(não senti um fim no aroma dos teus lábios)
 
não senti um fim no aroma dos teus lábios

Nesta saudade

 
Envelheço nesta saudade
que magoa.
Renasço a cada sinal de ti.
Em silêncio espero.
Na tua voz recordo.
Pelos teus gestos anseio.
E caminho…
Nas estradas do pensamento
que me levam sempre
ao teu abraço,
ao teu peito,
ao cruzamento de sentimentos.

Sigo o meu dia a dia…
… nesta saudade…

Tália
 
Nesta saudade

Um poema de amor

 
é no encharcar da palavra
que regresso
à essência do pensamento
para lá das pontes de nós dois

basta um sinal
uma estrela mais cintilante
uma chuva mais intensa
para que procure o teu olhar
e me deixe derramar nas tuas mãos

caminho sempre só no teu sorriso
como gaivota serena que voa sem parar
e se alimenta do mar do teu corpo

o sol anoiteceu aquele dia
escondendo-se por trás
dos nossos corpos ansiosos
que se amaram no decorrer
de um momento tão real
como a vida que nos separa

as violetas que deixei no teu peito
de pétalas cravadas de sonhos carmim
são pedaços de poemas que nascem
na fonte dos meus mais íntimos desejos
 
Um poema de amor

Aquieto-me...

 
Soltam-se gotas prateadas dos luares de um tempo
trasfegados entre o brilho das estrelas
desenhando-se no céu as asas isoladas pelo momento
das muitas madrugadas caiadas e belas.

(Aquieto-me no silêncio do olhar…)

Escorrem rios nos teus ombros onde me refresco ausente.
Perco-me assim no suor do teu corpo
gotejando,
pedaços de mim, nos contornos do teu ventre.

(Aquieto-me à beira de um sentir…)

Depois cresço, naquele (a)mar onde toco o horizonte,
quente,
e num impulso, mordo o sol em tom de atrevimento.
Crescendo-me também, insistentemente,
o livre sabor do esquecimento.

(Aquieto-me pelo sabor do sonhar…)

Das rosas vou sentindo o perfume destilado
pelo vento que embriaga e entontece.
Das manhãs, o cheiro da volúpia em corpos manchados
pelo aroma intenso que enlouquece.

(Aquieto-me com o cheiro da saudade…)

E há palavra retorno e retorno
beijando-me a brisa num momento de prazer.
Neste sentido único, nesta força imensa…
…nesta alegria de ser Mulher.

(Aquieto-me para sentir a alegria do poema)
 
Aquieto-me...

A noite veste-se de desejo

 
Na delicadeza
com que a tarde
se despede,
o corpo ganha
a vontade
de se estender
no horizonte.
Fecho os olhos
e embalo-me
no teu sorriso.
Sei que me anseias
nos teus braços.
Sei que vais alterar
o tempo
antecipando o gesto
da tua boca na minha.
Sinto que sou o espaço
que liga o real ao sonho,
que sou o corpo
onde te deitas
e descansas a alma.
Serei o que quiseres,
enquanto matarmos a sede
da mesma fonte.

O sol põe-se,
a noite veste-se de desejo.
 
A noite veste-se de desejo

Amo-te

 
Solta-se o teu nome
entre dentes, na boca seca,
como papel embrulhado
de letras passadas…
Solta-se o teu abraço
como maré que baixa
como laço que se desaperta
e deixa cair pelo corpo
a toalha suja do amor
que preferimos limpar,
que preferimos esconder…
Soltam-se as sílabas do desejo,
o bafo húmido de um corpo
que te quer…
Soltam-se ramos frescos de ternura,
pétalas de rosas salgadas pela brisa que vem
…que sempre vem…

Por vezes procuro-te entre os grãos da areia da praia…
Outras vezes procuro-te nos salpicos das ondas do mar…
Acho-te sempre… dentro do meu peito…

Posso escrever as frases mais bonitas e elaboradas.
Posso fazer o vinho das melhores castas para te embriagar.
Posso trazer-te o Sol, levar-te à Lua… passear-te nas estrelas…
…ou simplesmente dizer-te,

Amo-te
 
Amo-te

Serei sempre tua

 
Fixo o olhar
nas árvores
companheiras dos meus dias,
elas acenam-me
e sorriem,
pois sabem que é em ti
que penso.
Fecho os olhos
e sinto as tuas mãos
em forma de vento
a acariciarem os meus cabelos.
Sinto os teus lábios
em forma de sol
a beijarem os meus...
Percorro o areal
de mão dada
com o vazio de não te ter,
mas deixo
que refresques
o meu corpo
quando te transformas
em mar
para abraçares o meu...
Colas-te a mim
em grãos de areia
para sentires o meu suor.
Este é o meu grito
em palavras escritas
em forma de poema.
É o meu desejo de te ter
perto de mim...
Porque serás sempre
a minha inspiração
o meu poeta,
o meu amante
das palavras
e da alma...
Serás para mim
a lágrima de saudade
que trago nos meus olhos
e o meu sorriso de todos os dias.

Tália
 
Serei sempre tua

Do outro lado da lua

 
Do outro lado da lua a magia torna-se negra. As palavras são pedaços engasgados de vaidades que dançam nuas ao som de erros amorosos.
Destrói-se a certeza do que é certo, masturbam-se os sonhos como se fossem vontades insanas de serem superiores em cada orgasmo. E a vontade de ler o corpo é banal e suja, tornando o texto viciado e odioso.
A poesia sai dos murmúrios em blasfémia, pelos empurrões da obrigação de ser algo bonito. O bonito, aqui deste lado da lua, não existe. Não há esforço que vença a vaidade. São apenas letras amorfas que se juntam para ouvir mentiras em abraços fingidos.
Fogosa é a certeza, de querer continuar num roubo delirante e perverso a paciência de quem luta pelo sol. Afogam-se as intenções de ser sério e humilde, passando ao ataque sempre que se muda uma vírgula.

Murmuro baixinho as lágrimas, enquanto grito contigo a raiva de me doer a cada dia.
Mas é da liberdade que vive a águia, no voo picado por cada presa, mesmo aqui, neste lado negro da lua.
 
Do outro lado da lua

Frases a um Amigo I

 
Desde que te conheci deixei de estar só, passei a estar a sós contigo... no meu peito.

Vanda
 
Frases a um Amigo I

Dueto - Para Ti Poeta

 
As palavras inquietantes

Que escreves

Enchem-me

De pensamentos insanos,

Perdidas nos versos

Com que cobres meu corpo...

Deito-me então na tua poesia,

Deixo que declames

O teu corpo no meu,

Que conduza

Os teus dedos assim...

E eu sou folha de papel,

Vermelha de paixão

Pelo desejo de te ter,

Por onde caminham

As tuas rimas brancas,

Húmidas de mim,

E é só assim

Que te posso ler...

Edi & Tália
 
Dueto - Para Ti Poeta

O meu desejo

 
Murmurei o teu nome
às cores das flores.
Segredei o meu desejo
à brisa do mar,
pedi-lhe que te entregasse
em cores de arco-íris
o meu desejo de te amar.
Espero
deitada na areia
que a noite chegue
e que as estrelas
tragam o teu cantar
para juntos
fazermos poemas de amor
…e sonharmos…

Tália
 
O meu desejo

Para Ti

 
Arranco o grito dos meus olhos,
abafo-o em sentimentos presentes.

Nas mãos, fica o sal das minhas lágrimas

Os meus lábios ressequidos esperam pelos teus.
Imploro-te que venhas
matar a saudade que inquieta meu peito.

Deste-me a beber o veneno da tua boca
por palavras cristalinas e frágeis
que soubeste compor em taça de ilusões.

Agora perdi-me, na loucura do teu abraço
que teima em não chegar, que dói na espera.

Trazes-me algemada ao sol da tua voz,
ao orvalho dos teus olhos´,
ao teu corpo,
que corre em frases que me enlaçam
e não me deixam esquecer o quanto eu te amo...
 
Para Ti

Palavras de Namoro (6)

 
Conformada
no silêncio
do meu quarto vazio
dispo as meias
rendilhadas de sonhos.
Abandono-as
nas costas de uma cadeira
que fica imóvel
à desilusão…
Desaperto
um a um
os botões do vestido
que trazia
de ilusões.
Deixo-o escorregar
pelo corpo
morrendo no chão.
Voltas…
como brisa que ficou para trás,
arrependida…
Soltas o laço do nosso amor
que estava preso ao meu cabelo
e deixas que ele escorra,
virgem,
em nós…

Tália
 
Palavras de Namoro (6)