Poemas, frases e mensagens de SóniaCorreia

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de SóniaCorreia

Vagabundos de nós

 
Deambulando, vagabundo, pelo vazio inconstante
Infinito crepuscular, intrépida estrada
Pensamentos efémeros, passos mórbidos sob o ar arrepiante
Negrume escurecido, noite incerta, vagabundo
Andar ferido, caminhando, passa despercebido…
Vagabundeando pela rua vagabunda
Insólita, inóspita, escura
Sinistros instintos
Vagabundos os meninos
Mundo vagabundo
Vagabundagem
Vagabundos de nós, perdidos numa vida perdida
Incertos destinos
Concretos caminhos
Na vagabunda eloquência da eterna vagabundice
Vagabunda incerteza
De uma vida de vagabunda tristeza
Miséria, fracasso, mesquinhez
Desdenho, desespero, imundice
Mundo hostil, ignóbil
Desconcerto de alma vil
Que somos nós neste mundo
Senão um mero, singular vagabundo?
 
Vagabundos de nós

Permanência na ausência

 
Da rua se sentia o ar frio que arrepiava a branca cortina da janela, da rua se ouvia o mudo grito perdido no eco do silêncio. A morte tinha sido há três dias. Ninguém ouvira nada no prédio, ninguém vira o corpo. E as trevas entravam naquela casa...
As investigações decorreram, as cerimónias também. Houve velório, houve funeral, mas não houve corpo...
Poucos amigos, poucos inimigos...assassínio sem motivo aparente. A casa intacta, vestígios de crime inexistentes. A revolta estava presente na casa sem o derrubar de um objecto visível, o sangue fora derramado...psiquicamente.
Suicídio? Impossível! Ninguém vira o corpo, a alma já não estava ali...
Mero desaparecimento...E um sentimento penetrava quem olhasse aquela janela. A morte estivera além...
E ainda hoje o mistério, o desconhecido permanece. Ninguém vira o meu corpo. A alma já não estava ali...
 
Permanência na ausência

Sou tua

 
Sou tua,

Amor que perdura

Na imensidão crepuscular da vida.

D'alma perdida,

Num amanhecer desperto,

Cinzento e prospecto...

Emoções acumuladas

Numa nuvem indisposta,

Niquenta e predisposta

A choramingar de triste alegria.

Sou tua

Na noite dura

De intenso desejo,

Propenso beijo,

P' lo ar enviado,

P' lo vento transportado,

N'alma guardado;

Gravado como mensagem não lida,

Não urgente mas sentida.

Amo-te

E sou tua

No universo da tarde escura

Noite iluminada, madrugada de luz

Do teu calor sem fim

Intenso, veemente, ardente frenesim.

Sonho acordado,

Desejo de um beijo,

Do teu amor por mim.

Sou tua

E quero-te para mim

Pois serei tua

Na eternidade, na alvura

Nas cinzas do meu corpo

No túmulo, no céu conquistado

E teu coração derrubado

Minha humilde beleza, solidão carmim,

Sorriso doce de suave cetim.

Sou tua

E meu não és

O vazio amadurece

Esperança perdida,

Confiança esquecida,

Louca mente de revés.

E quando a noite adormecer

E o amanhã despertar

Sou tua toda a vida

Distante mas sentida

Pois não te tenho

Mas a mim terás

Sonho ilusório de esperança capaz

De não perder o que sempre terás

Pois sou apenas...tua.
 
Sou tua

...

 
Vi-te no meu quarto

E sonhei

Sonhei fazer-te meu, imaginei-te...

Construi-te numa só noite.

Fiz de ti uma tela

E pintei-te como só eu queria que fosses

Ilusão abismal

Conservação inquieta

Sonho meu

Para sempre foste o sonho que eu amei

Para sempre foste meu

Foste o meu sonho encontrado

Na noite em que te descobri

E de manhã não te perdi

Pois continuaste e continuas a ser

O meu sonho
 
...

Medo

 
Medo

Sentimento trágico

De tristeza desconsolada do sentir

Amargura

Desesperança

Pessimismo

Pressentimento.

Medo de sofrer,

Medo de te perder.

Medo disto, medo daquilo...

Medo de quê?

Medo de deixares de me amar

Medo de deixar de ser feliz.

Sentimento desesperado,

Sentimento mesquinho

Pensamento agitado

Alegoria mortifera

Melancolia inevitável

Sofrimento piegas

Medo.

Mas medo para quê?

Se a vida são dois dias

E apenas um sorriso.

Se viver toda a vida com medo

É viver numa prisão inaudita,

Tortuosa, nunca acabada.

Medo

Coisa descontrolável de se sentir

Se a coragem é o orgulho

E o medo a vergonha

Medo por tudo,

Medo por nada...

Há coisas que devemos sentir

Há coisas que não se deve sentir

E que sentimos

Sem querer saber se devemos ou não sentir.
 
Medo

...

 
Vi-te no meu quarto

E sonhei

Sonhei fazer-te meu, imaginei-te

Construi-te numa só noite.

Fiz de ti uma tela

E pintei-te como só eu queria que fosses

Ilusão abismal

Conservação inquieta

Sonho meu

Para sempre foste o sonho que eu amei

Para sempre foste meu

Foste o meu sonho encontrado

Na noite em que te descobri.

E de manhã não te perdi

Pois continuaste e continuas a ser

O meu sonho
 
...

...

 
Sou e não sou

Sou tudo e não sou nada.

Sou alegria;

Sou tristeza,

Sou felicidade...

Sou mágoa;

Sou desejo de saudade.

Sou a água que corre num rio,

O vento que ondula os cabelos.

Sou as sombras que perturbam o silêncio das árvores;

A noite que adormece o dia.

Sou a morte,

Sou a vida.

Sou sede de domínio.

Sou o pão de vida dura,

Sou pouco grau de vaidade.

Por vezes sou beleza,

Outras sou fealdade.

Sou a decadência do Outono,

A sensibilidade da Primavera.

Sou a vitalidade do Verão,

A melancolia do Inverno.

Sou amizade,

Sou amor;

Sou lealdade, sou fidelidade;

Sou amiga do meu amigo,

Amante do meu amante;

Apaixonada pela vida,

Uma amante da morte.

Sou a calma, a turbulência...

Sou a serenidade do mar,

A revolta da chuva.

Sou um ter medo de não ter,

Um sentir de não sentir;

Uma lembrança de memória encontrada,

Uma fuga de morte escondida,

Uma alegria de vida encantada.

Sou uma escuridão que nunca se apaga

Sou uma luz despertada no amanhecer da madrugada.

O que sou

Ou nao penso ser

É uma derrota do passado,

Uma glória do destino.

Sou tudo e nãu nada,

Sou tudo o que posso não ser,

Sou tudo o que não posso ser,

Sou apenas o que poderia ser:

Sou eu, a minha alma.
 
...

...

 
Sou e não sou

Sou tudo e não sou nada.

Sou alegria;

Sou tristeza,

Sou felicidade...

Sou mágoa;

Sou desejo de saudade.

Sou a água que corre num rio,

O vento que ondula os cabelos;

Sou as sombras que perturbam o silêncio das árvores;

A noite que adormece o dia.

Sou a morte,

Sou a vida.

Sou sede de domínio.

Sou o pão de vida dura,

Sou pouco grau de vaidade.

Por vezes sou beleza,

Outras sou fealdade.

Sou a decadência do Outono,

A sensibilidade da Primavera.

Sou a vitalidade do Verão,

A melancolia do Inverno.

Sou amizade,

Sou amor;

Sou lealdade, sou fidelidade;

Sou amiga do meu amigo,

Amante do meu amante;

Apaixonada pela vida,

Uma amante da morte.

Sou a calma, a turbulência...

Sou a serenidade do mar,

A revolta da chuva.

Sou um ter medo de não ter,

Um sentir de não sentir;

Uma lembrança de memória encontrada,

Uma fuga de morte escondida,

Uma alegria de vida encantada.

Sou uma escuridão que nunca se apaga

Sou uma luz despertada no amanhecer da madrugada.

O que sou

Ou não penso ser

É uma derrota do passado,

Uma glória do destino.

Sou tudo e não sou nada,

Sou tudo o que posso não ser,

Sou tudo o que não posso ser,

Sou apenas o que poderia ser:

Sou eu, a minha alma.
 
...

...

 
Vi-te no meu quarto

E sonhei

Sonhei fazer-te meu, imaginei-te...

Construi-te numa só noite.

Fiz de ti uma tela

E pintei-te como só eu queria que fosses

Ilusão abismal

Conservação inquieta

Sonho meu

Para sempre foste o sonho que eu amei

Para sempre foste meu

Foste o meu sonho encontrado

Na noite em que te descobri

E de manhã não te perdi

Pois continuaste e continuas a ser

O meu sonho
 
...

Revolta

 
Desaire,

Loucura,

Tragédia.

Amor,

Desgosto,

Fracasso.

Desilução desconsolada

Revolta revoltada na revolta de um deus menor.

É revolta,

É designio.

É tristeza magoada,

É solidão, é martírio.

Revolta

O espelho partido,

A cortina esvoaça,

O mar ruge,

O vento ecoa,

A criança esconde-se.

Vidros partidos,

Louça no chão,

Brisa revoltada,

Maresia inquieta,

Rosto meu

Amargura,

Tristeza,

Lágrimas minhas,

Revolta.

Ondas selvagens,

Ondas de força,

Pensamentos meus,

Fúria.

Ondas de fúria percorrem-me

Num oceano infinito de cólera

Penetrando nas chamas da vingança da vida.

Perder-me em ti,

Mergulhando num mar de absoluto

E revoltar-me,

Como tu,

Como o vento.

Arrancar numa estrada a 100 à hora

Para me perder,

Para fugir,

E em ti me refugiar.

Desconsolo,

Tristeza,

Lágrimas minhas,

Revolta.
 
Revolta