Livro de amizade
Sabes existe um livro pintado de mil cores, de palavras suaves e de tons afáveis que se sentem... e ele está repleto de ti.
É engraçado o modo como o consigo abrir, mergulhar no infinito do seu mundo e serenar sobre ele.
É interessante abrir a sua capa, desuni-la das outras tantas folhas e ver que a junção de letras e palavras, que dançam continuamente em melodias desalinhadas, se tornam agradáveis e aprazíveis para uma leitura tranquila... é bom sentir que tudo isso me convida a ler um pouco mais do que está para a frente.
E não me importa o passado que existiu, apenas o presente estável e o futuro por construir. Apenas venero a verdade dos sorrisos e a pureza das palavras proferidas para te ver tal como és. E se com isso posso dizer que há amizade, então posso chamar-te de amiga.
Que posso eu desejar a uma amiga como tu? Queria eu poder desejar tudo o que há de melhor, mas não o farei.
Desejo apenas que faças por ti tudo aquilo que eu não poderei algum dia fazer, que sejas muito feliz.
À minha grande amiga Kika, por tudo aquilo que significa na minha vida! Obrigado!!!
No silêncio desta praia
Fecha os olhos
segue a minha voz
p’las pegadas deixadas na areia.
Esquece o tempo, ele é feito por nós,
por este sentimento.
Ouve no som do vento a musica que lhe pedi
para tocar neste momento
em que estou junto a ti.
Sobre as estrelas eu vou-te beijar
como as dunas tocadas plo mar.
À luz da lua eu vou-te amar
como a noite que abraça o luar.
No silêncio desta praia...
apenas tu e eu...
No silêncio desta praia...
o mundo é meu e teu!
Queres amar-me, hoje?
Porquê os anjos não apareceram para mim
quando precisei de ver o teu sorriso?
Porquê os anjos não caíram do céu
quando quis parar as minhas lágrimas?
Tive tanto medo!!!
Brincaste com meus sentimentos como num jogo
e jogaste com o meu amor à tua maneira.
Sabes, foi pena....
Queres amar-me, hoje?
Serás sempre o mesmo.
Jogaste um jogo vicioso comigo
e não te preocupaste com a minha dor.
Queres amar-me, hoje?
Porquê os anjos não falaram comigo
quando quis ouvir a tua voz?
Porquê os anjos não me tocaram no coração
quando brincaste com o seu sentimento.
Tive tanto medo...
Hoje já não tenho.
Hoje não te quero mais.
No teu colo
Tudo parece tão fácil quando estás aqui
e me confortas com palavras que nunca ouvi!
As tristezas são embaladas em claros sons
que se pintam em sorrisos e outros tantos tons!
Sabes, as histórias que me contas hoje, agora,
fazem-me esquecer as aflições que correm lá fora!
E é tão bom ficar no teu colo, aqui deitada,
a olhar-te nos olhos, a ver a magia sonhada!
Não te vás embora ainda, não, por favor.
Fica comigo esta noite, ouve o meu clamor!
Olha-me dentro da alma que navega, em ideais sem fim,
numa caravela que veleja na costa que há em mim!
Eu amo-te! Sabes de cor este meu sentimento
que sopra suave na brisa do nosso afável vento!
Eu amo-te! Nas desmedidas horas do meu dia
que te roçaram e abraçaram quando eu não o podia!
Fica, fica um pouco mais sob esta pele de marfim,
dentro do meu coração que balança assim assim!
Deixa-me ficar um pouco mais abraçada ao teu peito
que se aperta ao seu modo, que me sabe ao meu jeito!
E agora aninha-te em mim e não digas nada,
que a noite terminou onde pesponta a madrugada!
E fica, fica no sabor do beijo que sempre te beijou,
onde o amor exagerado, num tempo só nosso, se guardou!
Espero por ti de noite à beira mar
Espero por ti de noite à beira mar
enquanto as ondas brincam com o luar.
Tenho vontade de ser tocada pela maresia
enquanto cometas cruzam o céu em harmonia.
Diz-me que vens em passos que se marcam
na areia solta dos desejos que nos assaltam.
Vem no embalo soprado do calor do vento
que talha o horizonte com o nosso alento.
Navega comigo ao sabor de caravelas
com alçadas, livres brancas velas...
Vamos conquistar o mundo para lá do poente
e beber juntos pela taça de água da nascente.
Choram as aves
Choram as aves que esvoaçam
nos campos vazios de milho seco,
na magnitude da natureza desconhecida
num dia intenso de chuva meio forte.
Compelem-se os dias que se arrastam
na mudez do silêncio em que me remeto.
Confunde-se a luz da lua com outra perdida
numa qualquer noite esquecida na pouca sorte.
Contigo fui asa aberta ao sabor do vento,
cruzei o céu azul-dourado porque nada quis,
senão o simples desejo de querer ser feliz.
longe de uma vida em tons de cinzento.
Choram as aves que perdem as penas
num canto suave, envolto na melodia da tristeza.
Abafam-se nos matagais o perfume das açucenas
rendidas a um sonho que no sonho perdeu a beleza.
Como nasceu o amor
Por uma estrada solitária, onde sopravam ventos cortantes,
caminhava um velhinho entre passos suaves e vagarosos.
Sentou-se numa pedra de pontas ásperas e dilacerantes,
olhou ao seu redor, de olhos devolutos e morosos!
Aproximou-se uma velhinha, de alegria abandonada,
e perguntou ao velhinho o que este fazia ali sentado.
E ele respondeu – De nada, não preciso de mais nada,
acabei de encontrar o que toda a vida tenho procurado!
Ela sentiu-se a sorrir com o olhar dele que reconheceu,
pois mesmo antes de o encontrar já sabia que ele era seu!
Ele sentiu-se a rejuvenescer ao ver de perto a sua cara metade
pois conhecia-lhe o paradeiro que não julgou ser verdade!
Muitos foram os dias em que seus ais se roçaram
numa distancia que nunca teve qualquer medida...
Mas desde o dia em que ambos se encontraram,
eternizaram um uno amor na imortal poesia da vida!
Hoje, esse sentimento percorre o mundo sem pudor...
enche de fé o coração de quem o chama com clamor...
e mostra a todos, aqueles que ainda esperam com dor,
o verdadeiro significado de como nasceu o amor!
A todos aqueles que amam, a todos os que esperam pelo seu amor!!!
Em natureza
Deitei-me no vento que se desfolha
entre os sopros de um rio que se esvai.
Fiz a minha cama como quem olha
o raio de luz e sol, onde a lua sobressai.
Dei as mãos com o saber desconhecido
e escondido nos penedos rasgados plo mar.
Toquei, com a ponta dos dedos, o sentido
perdido, bafejado num alento, num cantar.
Com a natureza espraiei a minha visão
a uma tela de nuvens azuis no horizonte,
a um tecido tingido de alvoroço e emoção,
a um cântaro de barro com a água da pura fonte.
Não sei como parar de te amar
Os dias parecem anos que não passam
quando o coração se aperta e se encolhe
entre as saudades que me arrasam
em dor que simplesmente me escolhe.
E o peito, o peito que chora sem parar
uma chuva miudinha que me inunda,
tem horas que se reduz a um soluçar,
no eco da tua voz, em que se afunda.
Eu não sei como parar de te amar.
O bálsamo da tua pele está em mim
entranhado nos poros do meu respirar.
Não, não sei como parar de te amar...
ainda que a tristeza não tenha fim
e não tenha teu colo a me aconchegar.
Amo
Amo tanto os meus sonhos que se calam
nas esquecidas horas de demência,
em que a dor que sentem e não falam
se fundem em lágrimas, que tombam em cadencia!
Amo a luz que bebi do teu doce olhar,
quando cruzaste a estrada do meu destino.
Mas venero o sofrer que me toma de vagar,
este meu coração, sem ti tão pequenino!
E minha alma tristíssima, tão distante...
enleia-se no amar-te em doida ardência,
em cada segundo que passa, em cada instante!
Amo-te em cada instante, que talvez...
os segundos sejam horas de penitencia,
desde o minuto que me encontraste e não me vês!