É triste caminhar
É triste caminhar,
Sem sentir o calor de quem ama,
Sem reflectir a felicidade num sorriso de esperança.
Olhas em teu redor procurando essa miragem desaparecida,
Buscando a alma que vagueia tentando encontrar o teu eu,
Desesperando com o passar do tempo,
Sem ver o chegar daquela luz,
Que deveria iluminar-te Pelo túnel da solidão,
Afogando os sentidos numa agonia insuportável
Chorando, chorando de tristeza,
Chorando porque é humano chorar,
Chorando para que grite a alma calada...
Pela solidão.
Ricardo Freitas.
o meu mundo
Tenho um punhado de nada,
Uma estrela que sucumbe perante o céu nublado
Uma paz inquietante, um sonho distante,
Desta realidade depravada.
No entanto, sigo estrada fora,
Regalando sorrisos oferecendo afetos,
Que em mim se perdem e se encontram no mais proibido dos sonhos.
E sonho, sonho porque é imune de pecado este sonhar,
Este mundo de caminhos secretos, que se misturam no meu olhar,
Esta harmonia incandescente, de sentimentos emoções
Que absorvem cada ponto do meu corpo,
De prazerosas sensações
E ardem na minha alma complacente
Deixando me absorto nos meus pensamentos,
Perdido num mundo só meu, despido de preconceitos
E do medo que em mim se perdeu.
Ricardo Freitas
Quero
Quero descobrir palavras, elaborar sentimentos,
caminhar sobre as nuvens com leveza de uma pena,
subir ao universo e beijar as estrelas,
quero caminhar sobre elas, levado pela brisa suave e serena.
Quero descobrir o que não foi descoberto,
tocar a mais linda melodia,
e viajar pelo tempo incerto,
quero sentir o que nunca foi sentido,
esquecer o tempo perdido, e sonhar como nunca sonhei,
quero correr mundo e amar como nunca amei.
Quero correr pelos verdes campos,
subir a mais alta das montanhas,
quero que a beleza deste planeta me rasgue as entranhas.
quero andar sobre as águas do mar,
emergir das suas profundezas,
e como um rio serpentear,
a vida e as suas rudezas.
Ricardo Freitas
coracão perdido
Coração perdido,
Entre as estradas infindas,
Coração partido,
De mágoas sentidas.
A alma que chora,
Tristezas e feridas,
A solidão que implora,
Alegrias vividas.
Tristes são os dias,
As tardes e as noites,
As eternas melancolias,
Mais duras que mil açoites.
E caminho perdido,
Por este amor ingrato,
Caminho sentido,
E de viver já farto.
Esta agonia,
Este mal-estar,
Esta noite e dia,
Que não deixa sonhar.
Ricardo Freitas.
Que te importa
Que sabes tu de mim pobre pagão?
Da minha vida, das minhas raízes,
dos meus sonhos ou das palavras proferidas em vão.
Que te importa se me arrasto por entre as nuvens,
de sonhos inalcançáveis?
Ou se levo no coração mil bagagens,
de problemas existenciais.
Que conheces tu dos meus princípios?
dos valores com os quais rejo a minha vida,
tu que pertences ao grupo de felídeos ,
que atacam a alma mais enfraquecida.
Que sabes tu dos medos ou da minha coragem?
Dos caminhos que percorro, ou da minha imagem,
Que te importa se mil vezes eu cair?
Ou se algum dia me levantarei,
Vive, e deixa quem quer viver,
não te importes com a vida que levarei.
Ricardo Freitas
sonho
Sonho com a felicidade,
A cada dia a cada hora,
Em cada momento de saudade,
A cada espera, a cada demora.
Sonho dormido,
No sono pela noite silenciado,
Sonho, quando perdido,
Busco o caminho mais demorado.
Sonho nesta estrada, que é a vida,
Com destino não sei onde,
Sonho com a alma ferida,
Pelo passado que em mim se esconde.
Sonho com a ternura,
E o desejo por ela provocada,
Sonho com amargura,
O caminho da minha estrada
Ricardo Freitas
triste
Ó triste fogueira do meu pensamento,
que ardes de dor suplicando,
As magoas deste penoso tormento,
As lágrimas que os meus olhos vão derramando.
Coberto de dolorosos espinhos,
da sorte em mim perdida,
dos momentos tão sozinhos,
que sufoca a minha pobre vida,
num olhar de nuvens carregado,
num pensamento de imagens vazio,
buscando o tempo passado,
num labirinto tão frio,
onde os caminhos cerrados,
vão sempre ao mesmo lugar,
de punhais no peito cravados,
de escuridão sem luar
assinado: Ricardo Freitas.
cruel castigo
Cruel castigo,
Que acinzentas-te o meu dia
Com o silencio das suas palavras,
Apagando em mim a alegria,
Com lágrimas derramadas,
De tristeza, De medos e temores,
De olhares perdidos no tempo,
Em busca dos seus pensares,
Em meu coração cinzento,
Tentando entender a sua mágoa, Por mim provocada,
Pelas palavras que quisera nunca ter dito,
E agora alma condenada?
Que deixas-te este coração tão aflito,
Com medo de perder o seu olhar,
Tão doce tão cheio de ternura,
Com este medo de não mais a poder amar,
Que me enche de amargura,
Vai e diz-lhe todo o amor,
Que por si sentes,
Que é enorme esta dor,
E o quanto te arrependes,
Diz-lhe que sem ela não tens luar,
Que o teu mundo e triste e frio,
Que se apaga o brilho em meu olhar
Que o meu dia se torna sombrio,
Conta-lhe sobre todo este amor,
Que me te deixa radiado,
trás de volta o esplendor,
De a ter a meu lado.
Ricardo Freitas.
ao escurecer
Escureceu o dia,
E com ele esta alma,
Chega noite triste e fria,
E o sono que me acalma.
Adormeço cansado,
De esperar já farto,
Recordando o sonho passado,
Nesta mente intacta.
Acordo assustado,
Olhando em meu redor,
Com o corpo suado,
Em busca de calor,
Em busca dos ombros
Que outrora me abraçavam,
Quando pesadelos e assombros,
Do sono me tiravam,
E já desperto, depois de tanto procurar,
Encontro a solidão,
Que me faz desesperar.
Volto ao sono,
Em procura de paz,
Adormecendo esta dor,
Esta mágoa que me desfaz
Ricardo Freitas.
MAGOA
a triste chuva dos meus dias,
Os céus pelas nuvens encobertos,
os olhos que com magoa exprimias,
eram para mim mais que mil desertos.
Por ti sofri e chorei,
mares de lágrimas sofridas,
se embargo,só a ti amei,
e tu condenando-me dizias,
que era de muitas este coração,
que somente por ti batia,
arrancando sem compaixão,
tudo o que por ti sentia.
Ricardo Freitas