Morte e vida
Morte e vida,
tudo que já se fez é suficiente?
A vida se desgasta em olhos tão carentes,
vejo meninos morrendo de verdade,
além dos jogos os tiros invadiram a cidade.
Começo a me distrair
com versos ilusórios,
estrago meus desejos
pensando no meu ódio.
Mas a verdade é que acredito em esperança,
palavra não esquecida em minha mente de lembranças.
Tão vazio,
tão sozinho,
incompleto caminho.
Tudo que já se fez é suficiente,
muitos se cansam de viver,
simplesmente adeus.
Para você.
Um dia eu cheguei a pensar que todo o amor fosse eterno,
e isso me deu confiança para cometer pequenos erros, pois eu sabia que depois ao pedir perdão o teria e sempre o tive.
Não imaginava que amor em excesso pudesse cansar, e não pode,
mas a dependência que ele causa assusta.
E quando esse amor parece chegar cedo demais,
a princípio nos tornamos cegos as outras pessoas ao redor, mas o tempo nos faz voltar a notá-las e lembrar que é bom conhecê-las,
chegamos até pensar, "ele(a) poderia ter surgido mais tarde em minha vida, sou tão jovem",
mas como não podemos controlar o destino e quando se ama somos pacientes, aceitamos mais...
...Sou somente uma, também tenho pensamentos que não deveria ter, mas os guardo para mim,
porém você parece querer ter uma prova desse amor eterno
e precisa ver outros olhos e sentir novas bocas para ter certeza que é a minha que quer sentir somente.
Mas, e se por acaso você me esquecer e for além?
sinto medo de que possa sair da minha vida para nunca mais voltar...
Vendo a tua beleza além da superficial e sentindo as suas palavras amaciando meus ouvidos,
amo-te e te quero, com mais ou menos vontade, é a minha certeza do que sinto.
Prazer?
A lua sempre marca uma mudança,
o corpo atiça no movimento contínuo,
e se desfaz em lembranças
do seu prazer não contido.
Entrelaça sua visão na minha,
deixa eu saber o que pensa.
E se não for a melhor das sensações,
largarei-me em esquecimento.
Distribui-me por seu corpo,
uma dor que dilacera a alma me domina
o amor não consegue se sobrepor.
A secura em mim predomina
o silêncio é inconstante,
intervalos de sussurros e gemidos,
falsas palavras de incentivo eu te digo.
E se num momento íntimo futuro
eu puder dizer: nada é como antes.
Um sorriso se sobressairá
e um novo sentido ganhará foco.
Ainda chove
Coração quente,
bate sem consciência de quando deve parar,
bate no compasso certo, assim como deve ser.
Estou aqui ilhada, definitivamente,
a chuva ainda cai e daqui a pouco invadirá as casas
e eu aqui escrevendo poemas sobre meu coração cheio de sentimentos.
Estou confortável, mas e minha vizinha de baixo?
Que a água cesse antes de invadir as casas e molhar os poucos bens alheios.
Uma parte do meu coração se preocupa e o que eu devo fazer?
sou assim, meio egoísta ou meio envergonhada, então escrevo para desabafar sobre o que sinto ao ver tal situação.
Meu coração quente bate agora acelerado, os sentimentos se divergem, chuva não mais me acalma e leva com sua força os carros, o lixo, a esperança, leva as casas na beira dos barrancos, as árvores mal podadas pela prefeitura e estas logo caem sobre os carros, sobre as casas e sobre vovozinhas que caminham inocentes pelos passeios, onde deveriam estar em segurança.
Ao meu lado.
Eu pensei
que o meu canto um dia pudesse acrescentar em você um amor.
Contei que as minhas lágrimas
são minha proteção contra os sentimentos que tendem a explodir em mim.
Menti
quando disse que nada me faz sentir você, amor
e de tanto te amar até esqueci,
que nada pode me fazer tão feliz quanto você.
Desisti de fazer promessas
minhas palavras dispersam
com o pensar na tua partida.
Um conflito que cresce, sinto isso por nada,
pois não conheço o seu sentir.
Eu só sei que sou sua melhor companhia,
sua vida é aqui,
ao meu lado não há exigências,
apenas um querer,
é mais simples assim.
Sentimentos a parte,
somos feitos um para o outro
e foi isso o que vi nas linhas pouco lúcidas da minha imaginação.
A busca (título improvisado)
Sem contato entre os corpos,
sorriso e logo o choro,
são dois pontos de uma mesma questão.
Sou assim sem teu comando,
vivo e sem descanso sigo para te alcançar.
Dependo do teu canto,
eu conto com o seu andar.
Não percebo quando você chega,
mas eu sei quando já passou.
Reescrevo um novo romance,
eu procuro novas histórias
pois quem pára fica no vácuo,
perdido no rastro de outros destinos.
-/-/2008
O lago
A vida no lago surge meio que por encanto,
cresce em galhos mortos,
brota de uma terra fraca,
os peixes pouco aparecem em nossos azóis,
descansam no fundo
e buscam se preservar.
A vida no lago esconde esperança,
a de que um dia o mundo possa nos consertar
e conservar os novos destinos de vida longa
para que o mundo continue a rodar.
Mistérios distintos,
ausência que se sente,
o fantasma da solidão que ali habitou.
Destinos cruzados que nem o tempo irá desfazer,
as cartas sempre guardaram os segredos dos anos que te dediquei.
Mistérios distintos,
futuro e passado presentes,
quero um caminho onde eu possa te encontrar.
Destinos cruzados, mas a matéria não existe,
será que um dia poderei te tocar?
08/06/2007
Tarde demais...
Olho-me no espelho,
vejo um futuro tão presente.
Infelizmente vou descobrindo que as coisas não saem como queremos
e aprendo algo pior,
que somos nós,
com nossos erros,
os causadores da mudança desse rumo.
Quando pareço estar no ápice do meu amor
descubro que ele terá que, forçosamente, terminar
e terei que me acostumar a uma falsa solidão.
Quando estamos tristes gostamos de dramatizar
e frases saem melodiosas e com rimas.
Mas as minhas agora só conseguem fugir
saindo atropeladas
e soltas uma das outras.
O "eu te amo" não serve mais,
mesmo o sentimento estando aqui no meu peito.
Meu coração está partido ao meio e eu sei que um pedaço dele está indo embora,
sei também que precisarei de paciência para reconstituí-lo,
precisarei do tempo para renovar minhas lembranças.
No momento desejo que tudo acabe rápido,
inclusive este amor.
Mas ele, o amor, é ousado
e permanece insistente no meu peito,
o meu amor tarde o demonstrei,
e agora só o tempo haverá para calá-lo.
01/02/09
Perto da dor
Sonhos que se divergem
e me transcendem para além do mundo...
Sou meio assim,
tão triste assim ,
quando não está aqui.
Peço que me compreenda
se não participo do clã que você criou,
onde só você integra
e pouco o interessa...
Se localiza no meio do nada,
onde ninguém já chegou
e é tão complicado e tão perto da dor.
Se não posso ir até aí,
por que um dia me convidou
a participar do seu mundo estranho
e tão perto da dor?
Já não basta eu ser assim,
tão triste assim,
quando não está aqui.
Fim dos tempos.
Desarmei o meu corpo,
simplesmente fui com o vento.
Sou eu e o que eu penso,
sinto e pouco vejo.
Contei as medidas do meu peito
inchado de sentimentos,
desfaz em ilusões complexo e desespero.
Veias sobre a minha pele
sangram com a arte da dor,
sinto que uma nova estrela se firmou.
O breu que encobre o destino,
pressinto
e não sei aceitar.
Um fim se aproxima,
amor,
mais uma história terminou.
Costura as velas que me levam,
num caminho dourado sobre o mar,
pensa em um paraíso,
mas não sei se a morte vou encontrar.
Graxa que mancha o meu rítimo
é a mentira no seu clamor,
não acredito mais em palavras,
a estrela negra se firmou.
Desarmei o meu corpo,
simplesmente fui com o vento.
Sou eu e o que eu penso,
sinto e pouco vejo.
Contei as medidas do meu peito
inchado de sentimentos,
desfaz em ilusões complexo e desespero.
O breu que encobre o destino,
pressinto
e não sei aceitar.
Um fim se aproxima,
amor,
mais uma história terminou.
Graxa que mancha o meu rítimo
é a mentira no seu clamor,
não acredito mais em palavras,
a estrela negra se firmou.
30/03/2008