De que é feito os sonhos?
me pergunto o que alimenta os sonhos.
essa máquina do nosso subconsiente que
inconsientemente brinca com o consiente do
que é concreto.
o estranho é normal;
sanidade é para loucos;
a morte é só uma piada de criança;
orgulho não tem espaço: tudo é perdoável.
domínio sem líder, sem controle.
é como uma história contada em partes por
várias pessoas.
corro mas não chego a lugar nenhum,
pra que correr se posso voar?
aqui meu poder me é revelado: sai por debaixo
do manto da hipocrisia e vergonha do homem cego
minha espada brilha como nunca: tem sede pelo medo
que aqui toma face.
O combate invisível, interno.
as batalhas me tornam mais forte
da verdadeira força
que é a que vem de dentro.
me pergunto o que alimenta os sonhos.
de certo são as emoções deixadas para trás nesse
plano atemporal,
escondidas em suas camadas,
dissecado em suas entranhas,
abafado pelo barulho dos pensamentos.
existe algum rémedio do mundo dito real,
que nos leve ao etéreo?
existe alguma palavra perdida em algum livro
que nos puxe pra dentro de suas páginas?
existe alguma melodia de alguma música
que nos faça viajar pra outro lugar?
será que sou livre o bastante para fechar meus olhos e buscar tudo isso dentro de mim
sem ser chamado de louco?
o que define loucura é quando alguém não consegue
mas se enganar com a realidade e nega com sua alma a mentira que o mundo lhe contou.
Somos loucos se abandonamos o real.
mas é quando esquecemos o real que sonhamos.
acho que é esse paradoxo que move os sonhos...
O calor de noites frias
Deito em baixo do meu edredom
em noites frias,
mas não consigo me aquecer.
Estou agasalhado, e as janelas estão
fechadas, mas ainda sinto frio.
Esse quarto escuro; Agora vejo que é vazio!
Acho mesmo que o que falta é você!
Do teu corpo junto ao meu;
sua respiração morna e ritmada;
As batidas do seu coração sincopadas
com as do meu;
Meus braços por cima dos teus;
Meus dedos entrelaçados por entre
teus cabelos.
Venha me tirar desse frio
que se chama solidão!
Venha acabar com esse ruído
ensurdecedor chamado silêncio!
Não quero mais acordar no meio
de um sonho, no meio da noite,
para me ver sozinho entre estas
paredes; Ofegante.
Como se tivessem arrancado algo
de mim.
Quero vê-la do meu lado,
Quero ser a primeira coisa
que verás ao acordar.
Quero ser sua metade perdida
de tempos mitológicos,
que quando se encontram,
voltam a ser um só novamente.
Obrigado, velho amigo!
quando não estou bem, tú estás aqui a me consolar.
quando estou sozinho, tú me fazes companhia.
me ajuda a esfriar a cabeça, a deixa mais leve!
me fazes lembrar de coisas boas que a tempos não lembrava!
coisas enterradas no meu passado, que doce sabor elas trazem!!
tú és o consolo que eu precisava; meu refúgio!
tú entendes das minhas excentricidades, ri das piadas mais cultas.
obrigado por estar comigo... enquanto durar!
obrigado por preencher o vazio do meu copo!
brindo a ti!! desça gentilmente pela minha garganta!!
ohh, RUM!! seja louvado!!
PS.:o gelo acabou de estalar em réplica! :)
Verdades ocultas
Na escuridão da incerteza
brilha a luz da esperença
como um farol, indicando o caminho
no final do tunel de um sonho ruim
sonho que voce quer acordar,
mas é nele em que você vive.
A realidade parece sufocante
um retrato preso em uma moldura,
escondido atras de um espelho.
que verdades ocultas existem nas bordas?
até onde a imagem refletida nesse espelho é real?
se olhar de perto, por tempo suficiente
ela se distorce, no limiar da sanidade.
quase toma vida. quase palpável.
escuto risos. olho em volta,
todo mundo rindo, acho graça.
tento achar o motivo da graça, tambem rio.
de repente fica claro
estão rindo de mim!
a visão fica turva, os risos soam distantes.
acho que vou apagar! ou será que estou despertando?
desse sonho em que hora sou espectador e protagonista.
até onde a mentira que me contaram virou realidade?
começo a acreditar nela.
estou me separando do meu ego e perdendo consciencia.
pessoas mortas me parecem proximas e as vivas se distanciam.
o meu subconciente esta brincando comigo,
dançando valsa em uma noite de luar escarlate,
entre as arvores, sussurrando o som da floresta
duas crianças dançando com pés descalços.
tento me agarrar na realidade que me resta,
como agarrar uma manta que me aquece em noites frias.
embebido no tenebroso arrepio do ar frio da solidão.
doce beijo da gélida morte; abraço quente da ríspida vida,
que me bate na cara, mas instintivamente, opto por ela.
ainda estou vivo.
PS.:Dedicado a meu amor que nunca esteve presente em minha vida.
O bardo e a lua
Lua que ilumina com sua luz de prata!
Clareie meu amor enegrecido pelo véu da noite.
Oh, Lua imponente erguida sobre manto estrelado!
Sopre o vento frio de noites quentes; arauto da primavera.
Leve meu lamento por montes e florestas.
Filha dos céus; irmã do sol; obra divina!
Hei de encontrá-la nas águas cristalinas,
refletida em margem serena.
Oh lua que fascina com sua beleza singela!
Leve meu coração nesta noite a qualquer donzela,
onde quer que sua luz entre pela janela,
para que sejam tocados noturnos e sonatas,
dedilhados em tom menor.
Faça de sua brisa minhas mãos
ao tocar a pele branca e macia
no adagio das notas longas e vazias.
Oh lua imponente, ouça bem o meu lamento!
Acolha bem os meus sonhos:
lugar onde seu reino é eterno
em um momento.
Um verão e seu legado.
Vou vivendo sem ao certo saber:
Amaste-me alguma vez?
Não digas que não me quer,
E então decerto direi que te amo.
Sem você não durmo,
Sem você não vivo,
Até o dia em que quiséres me amar.
Dias tristes vivi; lamentando.
Odiosas tardes de domingo sem poder te ver.
Nunca soube o que havia dado de errado.
Aonde será que eu tinha vacilado?
Sempre me via refletido nos olhos teus,
Convencido de que seu sorriso me aprovava.
Infeliz no momento, talvez.
Minha pressa foi meu fracasso.
Entenderas em ultima hora tudo o que sentia.
Não dei deixas, não te avisei.
Tampouco te preparei.
Ontem estava verde, hoje já nem sei.
Viajei nessa força estranha que desconhecia.
Irrigado nesse sentimento que me consumia.
Amarrado em gritos surdos, precisava desabafar.
Não tinha pra onde escapar.
Amor. O amor. Eu o abraço...
Poema do tempo de escola que a muito não via. meu primeiro poema em acrósticos.
A noite escura
Ando pela noite escura, sozinho.
mas desta vez tenho o que preciso.
Estou munido de coragem e tenho segurança em meus passos, como um cego que caminha por ruas conhecidas,
com a certeza de um homem que caminha em sua própria casa na calada da noite,
em direção ao banheiro em meio ao breu.
Tenho a luz que preciso para me guiar em minha
jornada; o esclarecimento de idéias e pensamentos organizados, o som da minha própria voz ecôa em silêncio pela minha consciência, me aconselhando.
Onde será que essa estrada me levará?
O que encontrarei no final?
Nada disso importa agora.
Sei que a resposta virá ao amanhecer.
A ansiedade não me assalta mais, como sombras
distorcidas e aumentadas, projetadas na parede,
acuadas pelo menor foco de luz lançada sobre elas; Ela se dissipa como as pequenas ondas que se formam em círculos em um lago sereno ao receber uma pedra.
Passando por comparações e metáforas,
chego ao meu destino sem perceber,
é mais uma canção que se encerra.
No trinado inesperado, porém conclusivo
no final de uma harmonia.
- Thiago Fabri.