estampa e tecido
és o céu?
dar-te-ei o sol na ponta de um beijo
e se sorris nascerão estrelas
e afastarei nuvens
pra deitar-me lua
prata líquida de unção
derramar-me-ei
em tua pele nua
plena de luz
em ti
resvalarei seios
raios que
meneio
feito serpentinas
ou água cristalina
descendo de ribanceiras,
feita cortina
em teu peito
o véu do meu olhar
se romperá em mar
para enxaguar teus cabelos
encaracolados novelos...
és o sol?
deitar-me-ei céu
pra sentir teu roçagar
no corpo inteiro
O céu por limite (1)
Mergulho no brilho quente
Desse olhar que me envolve
Que me sente,
Pressente
Como se eu fosse
Frágil e doce
Mas que me vê
Com dureza de diamante.
Pudesse eu evaporar-me no ar
Ser esculpida em forma de mulher
Amante
Perdida nos teus desejos
Coberta de imaginação
E de beijos
De alma e coração
Te levaria voando…
Admite…
Que só o céu
É o meu limite…
Sonho de Amor
SONHO DE AMOR
Mas a perder-te fico se eu olhar para trás
Aproximam-se nuvens negras no céu da tarde
Que choram no meu peito onde o frio se faz
Onde o sonho vivido é já cinza da saudade.
Faz eco meu grito que no tempo se espalha
Com a força veloz com que quer apanhar-te
Trago ao peito com teu retrato uma medalha
E no coração um amor cego que quero dar-te.
Nas minhas tranças pretas trago ainda a fita
E no dedo o anel que no aniversário me deste
Se lembras o vestido de florzinhas era de chita?!
Meus seios laranjas que não perdias de vista
Minhas mãos fadas ternas que sempre quiseste
Começou a escurecer...o olhar já não te avista.
rosafogo
Da Felicidade
.
Da Felicidade
Só os grandes sonhos
chegam ao céu
os mais pequeninos
ficam-se pela Terra
para que a Humanidade
seja feliz.
Luíz Sommerville Junior
O céu por limite (3)
E venham mais paixões
E venham mais tormentas
E venham mais corações
E venham mais marés calmas e lentas…
E venham mais amores
E venham mais desafios
E venham mais temores
E venham mais sóis brilhando estios…
E venham mais luas
E venham mais montanhas
E venham mais ruas
E venham mais nuvens mostrando as entranhas…
Venham…
Enriquecem a vida de almas
Destemidas
E frágeis,
Envoltas em poesia
E no seu véu,
Que por limite,
Só têm o céu…
Três poemas com o mesmo título pode parecer estranho... mas, uma pessoa disse-me que só existe "O céu como limite". Agarrei no tema e escrevi estes poemas com ele...
Apesar do entardecer
APESAR DO ENTARDECER
Repito recordações vezes sem conta,
e o peito me dói
Fugaz como um sonho o tempo se foi.
O tempo que passou assim...
Vou ficar tranquila, serena,
sem pena de mim!
Não vou falar das incertezas que sinto
Aqui no final de todos os finais
O meu céu é já indistinto.
Meu sonho a vida pisou demais.
Aqui o meu grito já chega confuso
A vida passou como uma enxurrada
O tempo se apoderou dela como intruso
Um pássaro predador que passa e não deixa nada!
O pensamento em estardalhaço me põe a tremer
Nele sinto o rufar de tantos tambores
Às vezes apenas o gemido, dum bicho qualquer
Que ferido se deixa arrastar de dores.
Hoje me deixo completamente absorvida
Dialógo com as minhas vidraças
Dentro deste velho peito reconforto a Vida
Apesar do entardecer... esqueço as ameaças.
rosafogo
"Repleto de si" - Soneto
"Repleto de si" - Soneto
Nem notei a falta de aceno e de adeus.
Andei ocupada demais, a colar os cacos.
Uma dor colossal, em silêncios só meus.
Fragmentos de tempos, vis, rasgados.
Por isso respeito teus outros “contornos”
E não me surpreende a fartura de mel
Só lamento que compre amor com suborno
Pois amor não se compra, é presente do céu.
Não foi demissão, então, sem garantia.
Virando o jogo, sabe a dor que causou.
Já que o colo, mesmo disperso, o acalentou.
Tanto sentimento, não foi só poesia.
E o que chama de paixão, era puro amor.
E nem com suas farpas, vai virar rancor.
Glória Salles
Bocavento
O céu da cidade agora é sempre cinza
nunca mais saiu o sol, desde que
Tito Manja-Léguas! Famoso Bocavento...
Pássaro caminheiro entre os homens
Passou a contemplar a cidade
de cima dos prédios
Tocando sua gaita ininterruptamente
Mas ninguém sabia o porquê.
É que Tito escondia um segredo:
Prestidigitador do vento,
Fazia música para deprimir seus males
Assim seus demônios sentavam tristes
Encantados com o outono e as árvores
E ouviam seu canto sem nada dizer...
(Ronan Cardoso)
http://ronancardoso.blogspot.com.br/2016/06/bocavento.html
O Astronauta no quintal
Com os pés rijos no chão
Alinho-me acima do horizonte
Contemplo o infinito
E as minhas trivialidades
Laços indissociáveis
De minhas contradições
Alçar voo
E carregar o planeta sob meus pés
Hora sou Fênix
Hora avestruz
Caminho reticente
Entre meus sonhos e minhas realizações
Sonhar rotinas
E realizar fantasias
Parece o quinhão da vida sem o "hoje"
O carpe diem do café da manhã
O inesquecível do molho na camisa
O indecifrável cheiro de lar...
Cad@stro
Livre é o universo
Cada astro no seu espaço
Constelações de almas
Estrelas que brilham no firmamento
Não há nuvens que ofusquem a minha fé
E eu feliz no baloiço da paz
Observo o céu daqui de baixo
Sinto-lhe a vibração
Anjos ecoam hinos harmoniosos
É a vida noutra dimensão
Não sei se me fascina
tão pouco se é o meu limite
Mas pelo sim pelo não
Quando chegar lá em cima
Prefiro não levar cad@stro
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal