Poemas, frases e mensagens de Darkorionlake

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Darkorionlake

Beijo final

 
Visão , horizontes , ventos que sopram
Cabelos que movimentam-se sobre olhos ardentes
Viagens , mundos , pedras rolantes no meu caminho
São como trilhos de amarguras…como sentimentos sonantes
Perdas e esperanças…canções de fogo , Calor e amantes…

Crueldade dos teus lábios doces de amargo
Beleza pura da sombra do meu passado
Sabores percorrem no nosso corpo
Encadeado por dois sentidos ignorantes

Foge , esconde-te atrás da tua sombra
As árvores festejam pelo luar duma noite brilhante
Olhos de diamante de castanho dourado
A mente torturada , alma acorrentada

A lágrima escorre pelo meu olhar
Cansado me sento a chorar…
Quero-te amar , não chores , só te quero ver chegar…

Pálida dor , pálido andar , assim tento caminhar
Frio da manhã , fogueiras erguem o nascer do dia,
Brilhante é a chama que me faz levitar
Toda esta vida que pretendes continuar

Esperava por ti neste meu sussurrar
Pele mascarada de branco , não queres acordar…
Eram gritos na fria manhã , perco por não me levantar
A minha angustia tenta soltar , fujo para a rua , o cheiro do ar…

A cozinha era bela , nela tento procurar…
Peço-te que me tentes respeitar
Respiração , pensar doente , mente distante
Procuro no teu olhar que tentes alcançar

Despeço-me de ti…a estrada espera por mim , um adeus rápido , o beijo final…
 
Beijo final

Portas Infinitas

 
O Desespero segue pela rua dos amores que não compreendemos como a musica viaja pela nossa mente calma e solitária à procura de respostas dum novo dia estranho em infernos encontrados.
Venha-nos buscar , estamos por labirintos destroçados na mensagem e palavras que pretendemos agarrar , monstro de energia relembra as nossas recordações afastadas de gestos e danças enigmáticas , xamã e índios na viagem dos sentidos e visões psicadélicas...

Pintura nas paredes , sangue fresco escorre pelas costas da mulher ao passar as unhas afiadas num gesto dizendo...estamos vivos !

Acorda para celebrar a nossa chegada , corremos como pessoas livres e doentes em brisas pesadas , leve como será a palavra Amor...?

Entro nas portas infinitas junto ao mar , não quero esse eterno e duro prazer...prefiro a montanha e floresta acompanhado por amigos falsos que dão de beber à dor...

Pequenos e iluminados surgem pelas árvores , silencio total , o olho afina-se no escuro da noite numa cerimonia de pano vermelho...

Temos direito ao que a natureza oferece...mas que nada tem para dar , isso apenas será descoberto no nosso interior.

É o fim da noite...
 
Portas Infinitas

Pecado Ancestral

 
 
O som vagueia pela nossa mente numa noite estagnada de inspiração...
Quarto solitário de portas imaginarias nas mais calmas saudades , animal deitado e atento a cada compasso e nota musical...alisando o seu pêlo brilhante nos olhos de diamante que surgem ao amanhecer.

A minha alma selada como um muro pesado e escuro...
Áspera de pontas salientes e curtas , desfaço-me num sonho em busca da realidade a cada canto quebrado...
Respiração duma vida , adormecemos na mais pura verdade das melodias , alimento o meu choro retraído nos sentidos do meu olhar...não voltarem a sentir o pulso da vida como nos tempos de inocência que me puxaram para um solo fundo de sangue.
Paginas dum caderno que se desfolham...olhares atentos que pisam...palavras secretas que se escondem fora dum alto e misero silencio numa sociedade que em mim se esconde.
Existem gritos da historia que não se discutem mas que ecoam nos céus da realeza , manto da escuridão que rasteja nas sombras do coração.

Distante viagem...estradas abandonadas que me guiam na tua direcção.

Morrendo de pé numa berma desprezada , seguem esqueletos abandonados para longe horizonte , destroçando caminhos imperceptíveis numa luz que nos encadeia...desfocada na serenidade dos meus dias.

Mundo escondido que não consigo alcançar , vivo da historia e dos passados ancestrais...
Numa rua me deito...
Numa rua adormeço...
Os passos da manhã numa infinita sombra que se esconde ao acordar...tu renasces , cantas , danças no meu pensamento...eu no meu abrigo pálido sempre me esconderei.
 
Pecado Ancestral

Entre o céu e a lua

 
Entre o céu e a lua , entre o abismo e a perda
Floresta perdida de sentimentos , as folhas que escolhem o teu caminho…
Pequena vegetação sobre pedras sagradas , a brisa do vento que te envolve no corpo…

Deitada no chão permaneces imóvel , ouvindo apenas o cantar do coração
Fechas os olhos por instantes , apenas sentes o medo como gratidão…

Abres novamente os olhos , mas apenas uma lágrima revela a tua emoção
Por momentos perguntas ao vento se precisas um pouco de solidão…
O vento responde , não tenhas medo eu estou aqui ! , sou apenas uma visão…
Que mesmo que não vejas , protejo-te na escuridão…

Com apenas alguma força , caminhas novamente sobre folhas secas…
Elas sentem os teus pés como gritos duma alma presa , silenciosa…
Agora na margem dum rio , transparece o reflexo do teu olhar
O caminho para trás desapareceu sobre o sonho do teu andar…

As Estrelas não brilham , mas o corpo permanece cintilante…

Sentes a força do teu pensar , num luar amado que te guia…
Rendes-te nas tuas sedas , apenas o corpo tremia…
Toda a imensidão duma vida que por ti sorria

De costas voltadas para o mundo apenas um dia por ti morria…
 
Entre o céu e a lua

Pedaços ancorados

 
Pedaços ancorados nas vertigens da alma , fantasmas mergulhados nas profundezas ocultas da imaginação...
Nada se faz sentir na nossa Era , ruas desertas nas madrugadas escuras esperando os nossos passos e rumos como companhia.
O medo é o amuleto que sustem a nossa vida , pequenos percursos nos infinitos minutos que passam da nossa existência.

Por vezes é tão difícil sentir algo quando os anos ditam e condenam aquilo que construímos...

Será a mente e os ideais uma construção real do tempo ?
Serei eu no espelho da idade uma forma de ilusão?
Fixa-se o olhar , procuram-se moldes perfeitos e respostas na invencibilidade que desejamos ter.

Que será melhor...

Ter um espelho quebrado?
ou
Um espelho desfocado ?

O ar que sai de nos não chega para escrever tudo aquilo que sentimos , ele esconde-se da realidade , foge dela e afoga-se num abismo sem retorno...

Mas eu...

Quero-te encontrar na mais pura forma de inocência...
Quero o teu olhar longe do mal da humanidade...
Olharei sempre para ti nos mais belos elementos vitais da terra , tu serás sempre Fogo , Ar e Mar...uma forma atraída de Metal por mim idealizada.
Com o passar dos anos não terás mais medo da fantasia nem da realidade...pois um dia num sonho teu ao acordares , as cores da vida irão te envolver sempre na mais perfeita das mulheres.
 
Pedaços ancorados

Sinais entorpecidos

 
 
Viagem imaginaria nos corredores frios da solidão...eco de metal surgindo ao fundo da escuridão , avanço ou sento-me neste chão estilhaçado de vidros ?

Ventos cruzam a minha face pálida e uma lágrima gelada permanece imóvel no meu olhar calmo e sereno...as vozes longínquas ancoradas na prisão dos seus dias elevam-se num ar mortífero de ozono em suas espirais desconhecidas nos abismos ameaçadores do julgamento quebrado.

Brilho da manhã que afugenta a noite
solitária...torneiras cristalinas lavando a doce alma podre de dor na TV surreal da sua chuva sem cor...assim se ditam as horas impacientes dum Mundo oculto.

Passeios calcários nas raízes da terra criam trevas nos seus caminhos...caminhos esses que nos seus estreitos labirintos analisam o crescimento minúsculo dum verde a colorir...trevo da maldade que amarga o paladar da bondade.

Noite que sente os dias como os dias que sentimos na noite...fazem-se recuar os passos que damos nos sinais do suicídio lento em quartos idealizados...forca da salvação aliviada em mentes adormecidas sem coração.

A melodia é intensa mesmo para quem nada sente a morte dura em suas vidas...esboço da alegria que se desvanece com o passar dos anos como as ternas e envolvidas lembranças perdidas.

Apodreço num espaço doente por mim idealizado...

Eu busco-te mas não te sinto...
É tudo uma mentira...
Eu sou uma mentira...
É tudo ou será...morte?
 
Sinais entorpecidos

Feridas negras

 
Feridas negras
 
Demónios e Necromantes estão entre nós enquanto dormimos solitários nas florestas perdidas... Chamamentos e nevoeiros calmos espalham-se pelas terras gélidas da manhã , guerreiros no cimo de pequenas colinas surgem com as suas sombras e raios de sol enfraquecidos.

Pântanos sedentos deixam para trás os objectos da tortura , caminho lentamente por águas quentes e misteriosas...ferida de Deus anuncia ventos libertinos trazendo consigo o cheiro da peste agonizante da historia...

Corvos pendurados e seus curativos de morte...já nem covas com cadáveres nem corpos queimados anunciam a nossa chegada...mulher de olhar astuto renunciando a oração...assim por entre festins do tempo cai a noite e renasce o luar...

Nesta noite eu conheço a tristeza , sofrimento que adormece os meus sentidos...mato lentamente a espera numa impune lamina que trespassa um amor amaldiçoado...maldição dos propósitos da vida que fazem passar os meus anos.

Torno o meu coração insensível envolto de sombras e historias passadas de amor de ódio e vingança...erguemos a espada em nome de Deus tentando entender o poder da oração e salvação...bruxas de olhar assustado assim sejam relembradas nas minhas memorias queimadas !

Busco a verdadeira cega de paixão...aquela que um dia caminhara nos cantos desconhecidos do meu coração...

Sim tu !

Traição de mulher amada , pois entendo cada ferida negra do teu corpo que se aconchega num caixão de madeira velha...

Apodrece a minha alma enquanto crescem os teus cabelos de insanidade , espero mais um dia e outro dia...quando estarei junto a ti ?
 
Feridas negras

Espaço fundo

 
Grande criador de toda a vida e Amor...penetra nos portões do fundo em cascata cheia de ternura carente.

Largo os meus passos em chão suave e escorregadio da minha ignorância e ingenuidade , pele enrugada precisa da secura dos teus lábios para formar copulas brilhantes ao ritmo da musica estridente e calma da noite dos amantes desesperados.

Nada corta este elo puro ao ouvido do século da prosperidade... , em planícies que avançam alcançando o olhar belo e perfeito da águia migratoria nos vales quentes e frios que os deuses criaram....

Na sua asa livre...não se perde na viagem , avista as presas salteadoras , garras de condão espetadas na carne fina em gritos presos de dor , rancor , vingança avassaladora na manhã dos rios envoltos nas pedras de carvão ainda em brasa...queima a nossa pele dando o brilho ao olhar.

Sem medo o pastor caminha nos montes pertencentes ao diabo , fustigado na mente básica e pau firme...uma casa solitária , o fumo da chaminé...bosque encantado e bruxas à solta voam ao cimo das árvores rindo-se sarcasticamente dos nossos passos.

Biblioteca antiga , poço fundo...

Mendigo pede esmola , madeira ruidosa das portas ao abrir os minutos desperdiçados na vasta sala transtornada...

Cheiro do pinheiro e pinhas quebradas em saco vazio , na ferrugem segue o ar pelos compartimentos da casa fria , baú das tuas recordações fechado durante o tempo em que não conhecia-te...

Caio agora no espaço negro , será abismo ?

Não tenho nada para agarrar-me , a vista não ajusta-se no infinito dos profundos círculos...tonturas criadas agora violadas pelo gigante invertebrado sempre cansado...

procuro-te...

Onde estás ?
 
Espaço fundo

Ancorado

 
A velha louca segue o nosso olhar na infinita noite que chega sem avisar...
Cruel espumar da sua boca que dita as palavras profanas aos vigiantes...

Caminha para o seu lugar numa casa escura e fria nos seus tecidos velhos aquecendo a sua alma , advinha sem chorar...

A cidade das luzes sente-se solitária , pequenos buracos nas ruas dormem os sem abrigo escondidos nas sombras...nenhum lugar é seguro , mesmo em becos estreitos consegue-se ver a luz do candeeiro.

Forma-se branca perdição , sem vida nem amor e o chão acolhe as suas mentes , torna-se tarde...agora a esperança é demente.

Nervos tensos soltam-se dos pulsos , sangue espesso nos lagos acidentados , passam as sombras envoltas no rio que transborda de saudade... , pergunto ao vento a nossa idade ?

Espaço vasto , nevoeiro intenso em pés quebrados pelo frio acolhido no teu ar queimado pelo gelo do corpo...

Galeria onde expõem pinturas , mantenho o meu olhar num rosto velho que admiro...
Neste momento estava junto a ti e os outros ignorantes á nossa volta , artitsas escravos neste século estereotipado.

Dentro do carro vagamos acompanhados por algum sentimento , mas não consigo saber se é o mesmo que sentes...

Mão sobre uma mão que não segurou com a força necessaria para amar.

Largo as preces

largo os contos assombrosos

Largo a noite que saia da tua cama e deambolava pelo corredor temivel em espelhos limpos por ti num dia.

Agarro a dor e apatia , agarro o Mundo por mim criado...renasço da noite alimentado nesta vida ancorado...
 
Ancorado

Chama---me

 
A Viagem é longa…todos os sentidos levam-me para estradas de prazer , dor e morte.

Olho para os ponteiros da velocidade e mantenho-me atento aos sinais da sorte… , ela não existe é apenas o destino que acompanha-me.

Percorro no escuro da solidão , a lua não se mostra…preciso da tua companhia pois a minha visão transfigura-se a cada Quilómetro que faço , tenho medo…esperas por mim…?

Preciso dum lugar para esconder-me, uma casa, um lar, preciso de fazer amor para espantar a morte.

Ao entrar em terras de saudade, o frio percorre nas veias geladas, encontrei-te finalmente! Mas a minha alma esta cansada…dizes para esperar, acendo um cigarro, mas a minha alma esta tão vazia…Dizes para entrar…, os teus corredores são frios, as portas estão fechadas… suavemente abri a principal, encontrei-te vestida de preto e vermelho, pedes para te despir peça por peça , primeiro as rendas pretas nas tuas mãos, depois o corpete, de seguida as minhas mãos geladas nos teus seios...em frente à tua fogueira sento-me a pensar…, em toda a luz e aconchego pedes-me para te beijar, mas as chamas estão difíceis de adivinhar toda a minha vida e perda de Amar.

Não peças-me para purificar, deixa meu corpo aqui ficar, pois quando a chama apagar na escuridão vou-te encontrar.
BRUXA MALVADA que me deixas-te na escuridão, escuridão mais negra que a minha própria sombra, é preferível continuar a fogueira acesa do que tentar renascer das CINZAS.....pois nelas vou-me deitar e na tua testa beijar.

ACORDA…o fim é já amanhã, passei a noite toda a olhar por entre frestas do teu quarto ,A fogueira era bela…a chama era forte , mas se apagará se não for alimentada…
 
Chama---me

Objectos da Sociedade

 
Sémen vivo que deposito nos teus olhos , sorriem os fetos saudáveis mas cegos na correnteza dos meus pensamentos de pecado e duvida...adorável e visionaria ilusão, lança-me impunemente nas chamas do teu jazigo aprisionado desflorescido...promessas que nunca se cumprem na tua boca em flor , grita e condensa as tuas memorias no meu corpo mal criado...quero ser julgado nas correntes do passado.

A minha forma calma mata a minha alma atormentada nos corredores frios da saúde...tranco as portas da vergonha mas todos os lugares possuem espelhos para me ver...
Desejos perdidos...
Solidões e loucuras...
Nem luz nem amargura...nada evade a minha mente , apenas a suave triste saudade.

Abrem-se os céus , aparecem os primeiros raios de sol...
Eu tonto e louco enjoou o dia , nada sinto ao analisar a minha vida...
Ando a morrer...

Funde-se a minha dor
Alma doente que não conhece o amor
Eternamente pálido olho os mesmos dias sem cor
O tédio evade o tempo perguntando o seu valor...

Este chão que piso transforma-se na areia fina sei sabor
O cheiro comanda a vida , o sonho desfaz o pesadelo em redor
As telas escorrem tintas de sangue em planícies verdes
Assim fujo cercado pelo imenso mar naufragado no meu olhar...

Objectos da Sociedade dominadores da Terra...perguntam-me o que faço aqui ?

Apenas lhes respondo que observo e invejo as suas vidas frenéticas e o seu pensar de pedra...

Troco-lhes os tempos...lanço a calamidade natural e trágica !

E quando a morte chegar...apenas dirá-lhe eis que nada foram.
 
Objectos da Sociedade

A tua direcção

 
 
Gostava de puder sentir...

Longe estou do teu toque...mas gostava de puder sentir.

Noites de outrora como sentimento...
Esperando a aurora e o meu primeiro Amor...
As vezes surgem lágrimas acumuladas
No interior dos meus sentimentos.

Só...encontro-me com o vento...
Que faz deslizar a janela calma no ruído da sanidade.

Conta-me um pouco dos teus sonhos...

Conta-me aquilo que te faz sofrer...

Esconde...que eu encontro os teus segredos ocultos.

Nada te posso dar Mulher...

Eu perdi !

Perdi...
Perdi...
Perdi...

E não quero voltar a perder-te.

A magia de ser único...
O sentimento que se apodera de mim !
Dum Amor que não entendi....

Nada voltará a ser no meu pensar doente...

O Medo !
Que sinto a cada hora do fim...
Que parece estar sempre próximo...

É tarde mas nada sou...
É tarde...
O tempo declarou o secreto destino !
Dos meus caminhos isolados.

A pele ao sabor da emoção...a tua direcção...longe da minha visão.

Silêncio !

É difícil escrever sem te puder ler...

Silêncio do meu coração...
E deixemos que o sussurrar da noite
Nos guie ao encontro um do outro
Nas Garras e Assas da aparição.

Ps: não pude de deixar de por a musica fire in the night , dum fantástico AOR !
 
A tua direcção

O outro lado do espelho

 
No outro lado do espelho vive os muros de lamentações.

Ao tocares podes sentir como ele é duro de atravessar , apenas a tua alma o pode alcançar...

No outro lado estão as estrelas brilhantes , vigorosas contornam todo o resto da casa imaculada.

Nesse lado encontrado não existem vozes difamatórias . a não ser que a tua mente peça...

No outro lado esta o olhar decifrado nas portas que ainda pretendes abrir , se tentares resistir nunca serás livre ao acordar.

Dentro desse espaço não existe religião , és lançado ao agasalho da noite ou manhã escolhida da mesma forma que vieste ao Mundo...Nu.

Existe sempre escapatória , mas aquilo que um dia foi invadido por ti jamais será esquecido...

A face oculta passa a ser a principal memoria da tua vida , deixa de haver mentiras e hipocrisia , não existem falsidades mas o preço a pagar é o da liberdade...

Agora no espelho um pouco visitado...nunca mente a nossa idade , um dia chegara o tempo que esqueceras a sua fragilidade.
 
O outro lado do espelho

Eu sou noite...

 
Tento sobreviver despertando o coração , tenho medo de dormir e a manhã atormenta-me como um corte frio impiedoso...farto de espelhos doentes e torneiras do riacho das emoções , será a morte a porta para a salvação.

Vejam como os meus olhos estão tristes e sem vida , a minha pele branca disfarça o negro da minha alma...as mãos tornam-se feias por não conseguir acarinhar faces belas , estou triste e desesperado é procura de significados nos momentos em que estou acordado.

Horas parado , horas deitado nas recordações que não me levam a lado nenhum , olho para uma pequena abertura do cortinado e vejo a luz da madrugada a surgir...odeio-a por momentos.

Sonhos , como queria acordar ao teu lado num respirar calmo como quem vive alegremente...

Sinto a tua falta mas estas tão distante dos meus sentimentos e choro em certas alturas com uma pressão no peito sem magoa nem dor para te alcançar.
Tento criar algo confortável em quatro paredes , olho para todos os cantos e continuo bastante solitário e angustiado sem vida e mão para segurar o homem falhado que sou.

Tenho medo e anseio , escuro e frio como o navegar ás portas duma esperança ilusória...espero por uma figura e procuro sentimentos passados...

Que encontrarei quando a névoa assentar ?...
 
Eu sou noite...

Pontos altos

 
 
O que me reservam estes dias...

Uma Noite apagada longe de ti...oh sempre esta inquietação
Este pensar distante..
Este corpo duro...

Preciso de ti...

Melodia magica num vasto deserto...
A tua figura que gira nas estrelas...
Mil danças dum só amor.

Quero o teu sono...

Quero um pouco do teu sangue e alguma da tua dor !
Meu amor selvagem perdido nas margens dum rio...
O teu olhar que desejo admirar
Num sentimento de corrente calma
Sempre em baixo tom ao descer...mas tão difícil de encontrar.

Quem corre para a colina...
Quem vê do cimo os teus passos perdidos
Pegadas de areia fina...
Num delicado e agreste amor secreto.

Os teus cabelos revelam a beleza da tua alma
Não teria medo de tocar...
A tua pele beijar e um mundo criar.

Continua longe...

A sede em cascatas vazias !

Continua a pensar num amor mais alto que própria dor...

Pontas de sombra criadas...

Eu espero por ti na mentira do entardecer...
Seria talvez uma noite gloriosa
Para os teus braços correr.

Nada poderá ser igual ao que já foi sentido e levado pelo vento...
Agora só me resta saber...
Se é o destino ou força o caminho a escolher.
 
Pontos altos

Mulher

 
Mulher , oh sim no deleite do meu corpo !
Toca-me...bate-me e grita silenciosamente para seres amada.

Oh Mulher ! , que anda nas ruas e passeios por mim concebidos , desfolha a bravura do teu caminhar...sozinha vais para casa , esperas que Homens deliciem-se com as tuas pernas finas e pés delicados ainda com veias salientes.

Vestidos de noite os teus , sedas e rendas da rendição dos meus pecados...

Podias ser bela e encontrar amores , mas vives sozinha nas tuas dores...e eu observo-te nesses momentos sem nada para te dar...Mulher.
 
Mulher

Destino

 
Doce brisa fresca na noite coberta de fumo espesso onde o meu olhar confunde-se em ventos suaves...

Festa e vinho prometido amargo do sofrimento da uva adormecida , acompanha-me esta noite como sedativo...preciso relaxar e enganar a dor por momentos.

Pálido , ausente e demente estou crente que a noite ainda espera por mim em sons de acesa chama na porta prateada.
Tempo eterno da palavras secretas do coração.

Vamos querida , entra no autocarro que nos vai levar para o ninho do nosso amor , terra distante , o caminho é longo...encosta a tua fase no meu colo , que mais posso-te dar nestas horas e caminhos duros do nosso amor...

Sentes falta de ar...aguenta , estamos a chegar da viagem dos sentidos da estrada estreita como uma veia perfeita que dá vida a um só corpo.
Esperamos num banco duma estação que venham-nos buscar...estávamos tão juntos e cansados , por momentos tudo foi eterno...

Preciso tanto do teu amor...

Explosão de sémen ! tudo parece acabar por fim num suspiro sozinho e enganador.

Estas sempre ausente , ando sozinho pelas ruas e espero no final que chegues para abraçar-me.
Passamos o tempo no sofá onde adormeço calmamente , como da primeira vez que acolheste-me nos teus braços...e eu abri o meu Mundo num dia de verão acidentado que fechou-se na distancia que nos separou...

Na estrada que brilha , brilho do gelo ainda por derreter , ainda sinto-me confuso em tudo que aconteceu , recordo mas pouco sinto os momentos em que o destino segue sem nos avisar das suas partidas.
 
Destino

Fuga eterna

 
por entre palavras sentidas , falavas de amor eterno
por entre a minha alma esquecida , esqueci da minha dor
num beijo , fechei o meu mundo e senti o teu calor
pela incerteza da vida , sem que o fiz por amor
a viagem assim estava feita , mas a fuga era eterna...

Fuga , serei fraco na minha acção
Fuga , serei forte na minha paixão
Fuga , terei Amor na imensidão
Fuga , porque nunca terei teu coração

pelas viagens de fuga que fiz por ti , perdi eu sei
eram horas , eram almas cai morri , chorei
no teu olhar vi , tentei amar-te , corria para teus braços
mas no final de cada viagem existia sempre o sabor da tua pele
era distancia , sofrimento paixão...mas a viagem assim estava feita , mas a fuga era eterna

Fuga , serei fraco na minha acção
Fuga , serei forte na minha paixão
Fuga , terei Amor na imensidão
Fuga , porque nunca terei teu coração
 
Fuga eterna

Infância

 
Noites das paragens vitais , corpo sem nome gela em quarto arcaico...

Gemidos sobem nas paredes...

Cauda dançante bate no meu corpo...peço ajuda aos anjos imóveis dos quartos esquecidos.
Quente brisa que trabalha...alcança o meu longo nariz , tapetes mágicos da traição invoca o espírito da solidão.
Nas ruas glorificadas surge a plena satisfação da alma aguardando as horas dos cantos aclamados para o mar sugados...

Batalha interior das armaduras emolduradas , todo o chão é pisado mesmo em mares conquistados , que perguntas e respostas , que horizontes...procura por ti uma vez na vida e esquece o passado.

Pensamento acompanhado nos dias estranhos e cansados , ao longe a luz esquecida dos cantoneiro apressados.
Manhãs nascem nas novas cidades no silencio do Mundo agitado , quebram-se as árvores no parque purificado , pequeno recinto , areia , escorrega e baloiço perdidos no tempo...

Infância a minha feliz , energia a cada hora , bebia a agua fresca e sorria como a primavera linda do nosso olhar...

Sempre atento , introspectivo e criança que fui um dia nas folhas secas do Outono , Sentimentos que por mim flui como a agua de verão.

Rumos que levaram os dias felizes da nossa meninice , agora pelos vastos becos encurralado permaneço quieto mas acordado.
 
Infância

Folhas brancas

 
Lindo olhar atento na minha obra , olhando em redor...sublime na obscuridade do seu pensar.
suave...deitado em frente a mim , pausado e relaxado emana a paz nos confins da noite...

Folhas brancas virgens de pureza escrevem-se as frases da nossa vida , morrendo de tédio sem ninguém para falar ou expressar no meu rosto desesperado.

Rindo-me sozinho , vejo-me ao espelho várias vezes , toco no meu cabelo e analiso o meu olhar...ramificações vermelhas e negro da pele...espero por mudanças como quem espera por mim um dia.

Gostava de um dia falar contigo e puder rever o que sinto...será que acabou ?

Anos irão passar e para nós será sempre tarde e impossível falar dos pensamentos que mataram o nosso amor...como será agora as tuas canções , que melodia acompanha-te ao acordar...podia ser um dia de liberdade , os meus são de saudade.

Acompanhei-me nesta jornada !

Vocês sabem qual é...
 
Folhas brancas

"Lé-me , ó Leitor , se te agrada ler-me , porque muito raramente regressarei a este mundo."

Leonardo Da Vinci