Luso-Poemas
 
Poemas : 

Outra vez as minhas botas

 
As minhas pernas terminam num par de botas castanhas
Que falam de mim em passadas tamanhas.
Enrolam a língua em torno de palavras provocadas
Ao dizerem que entre males e bens, sem formas marcadas,
Se segue pelo caminho incerto que marquei
Num desenho tão enredemoinhado, que nem sei.

Aquele par de botas que remata as minhas pernas
Não se detem por nada, pisa a calçada calcada
Com malhos de gente desafortunada,
Dando-me um conforto de barriga materna...
Aquele que se tem quando ainda não se é nada
E que se lembra nos momentos de sorte negada.

O par de botas no fim das minhas pernas
É sempre o mesmo...
Calço-o, descalço-o e volto a calçá-lo
E ele anda por aí, comigo em cima.

Valdevinoxis

A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
924
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
2 pontos
2
0
0
Recentes
Onde estou?
A minha ameaça
Ponto final
É fácil escrever sobre a dor
A puta
Aleatórios
E depois de te dizer
Doce luz que é a tua
Luna niña
Maria Papoila e Zé Ninguém
palavras revoltadas que acabam caladas
Favoritos
Facilex Performex
IRRACIONAL E DEFINITIVO
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 15/11/2007 22:17  Atualizado: 15/11/2007 22:17
Colaborador
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa/Peniche
Mensagens: 1562
 Re: Outra vez as minhas botas
Val...
Tadinhas das botas!!!!

Amigo, o que te admiro. Consegues poetisar umas botas.
Um abraço enorme
Mel

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/11/2007 23:27  Atualizado: 15/11/2007 23:27
 Re: Outra vez as minhas botas
O estilo e a forma são muito próprios, imprimem harmonia descompassada ás palavras, magistralmente ajustada ao tema, e tudo ganha sentido e coerência-o talento do próprio autor. A poesia tem esta virtude de animar e dar cor tudo quanto toca porque o poeta se excede e transfere o seu sentir para os objectos mais inusitados.
Parabéns Valdevinoxis.
Um abraço amigo.

hAp

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre