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CALEIDOSCÓPIO

 
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“caleidoscópio”

Os meus cantos têm formas poliédricas,
São de um tom um pouco abaixo da loucura
Indecisos entre as cores dos campos férteis
E os meandros das areias sem espessura.

Fundeando a contraluz dos meus alvéolos
Há um dom que me resigna à amargura,
Mas no eixo das matizes há uns olhos
De regresso à cor serena da ternura.

Quem atenta à permanência dos sinais,
Sabe a sombra já em flor tornada impura
Pelos gestos fragmentantes dos boçais.

E quem entenda os espelhos axiais
Só verá plasticidade nesta aura
Que reflecte o que fui e não sou mais...



Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/10/2013 14:22  Atualizado: 22/10/2013 14:22
 Re: CALEIDOSCÓPIO
*emocional e sensório, enxergo-te ali no epicentro das cores, das tantas ternuras que de ti sinto...
emocionante. de conteúdo e forma fantásticos!
beijoka*

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/10/2013 21:41  Atualizado: 26/10/2013 21:41
 Re: CALEIDOSCÓPIO
Excelente plasticidade poética, vista daqui, a contraluz.
Um belo poema.

DM

Enviado por Tópico
Juvenal Nunes
Publicado: 11/03/2015 20:00  Atualizado: 11/03/2015 20:00
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Usuário desde: 28/07/2013
Localidade: Douro Litoral
Mensagens: 531
 Re: CALEIDOSCÓPIO
A plástica plasticidade da poesia cujas reverberações o poeta reflete e incorpora.

Juvenal Nunes