Deito-me nos umbrais das horas
dos afagos dum templo, que desenhei sem ti
vitrais pintados, dependurados em mim
reflexos espelhados desse odor a carmim
descanso na soltura das palavras
a doçura d`um suspiro entrelaçado em fonemas
a lamber-me a mente como uma pétala despida
inundando o corpo em forma de poema
e o fado geme em mim, numa ária inacabada
dum trecho subtil escrito por mãos cansadas
na vida que me abraça em cada pequenos nadas
Escrito a 23/11/13