Intensa tinta
Com intensa tinta
o espírito pinta.
Sou a tinta desta folha,
Onde não verbaliza e tudo olha,
Sou as letras, as palavras, as frases,
Sou o poema em si, sou todas as fases:
Sou a tristeza, a alegria, a vida, a morte (…)
Sou tudo o que realmente sinto;
Quando canto sinto que a vida é mais forte,
E se não for assim, sinto-me presa num labirinto,
Onde me perco, mas canto e rapidamente,
Rapidamente encontro-me.
Quando escrevo sinto que sou a tinta;
E desenho a minha alma como realmente é,
Sou tudo isto mais o pássaro que me vê;
O meu versejar é o sangue seco, gravado a tinta,
E é toda a minha chama.
Inevitavelmente é o meu sangue que te ama,
Esteja ele seco ou a correr pelas minhas veias.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
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Vinho e Sangue
Vinho e Sangue
by Betha M. Costa
Antes tivesse guardado o coração
Naquela garrafa de vinho tinto
Para ser degustado em pequenas doses
Mas entreguei-o em tuas mãos escorregadias
Para que ele sangrasse entre teus dedos
Gota a gota do meu amor ao chão
Calaste e fiquei muda de espanto
Cai em dores de negro pranto
Nuvens fugiram dos meus pés
No entanto uma flor há de brotar
Embebida em lágrimas e sangue
Nas noites quentes em que houver luar
Imagem do Google
*Insano*
Na calada da noite sinto a tua vigia,
Que pulsa em todo o meu ser,
Que ecoa com os sons mais frios da poesia,
Fazendo o meu corpo implorar por mais prazer,
Nas lacunas da escuridão do meu querer…
E são constantes os toques do meu viver,
Que queimam inspirando o teu olhar,
Que obriga o meu corpo a morrer,
Pelo veneno que escoa no beijo que me queres dar,
Com o sangue entoando o ofuscar.
Verti outrora lágrimas com a loucura a desabrochar,
O pano caía e eu mais e mais queria,
Desse olhar que me esmagava ao tentar violar,
Que bebia todo o sangue com a ousadia,
De um insano que me desejava amar!
Na calada da noite já senti vezes sem conta a tua vigia,
Sem se quer me importar,
Quem precisa de anjos e da alegria?
Contigo são incoerente que me quer sugar,
Toda a vida por um prazer que anseio optar!
Marlene
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PENETRAÇÃO
Depois do tempo que eu te dou guarida
Tu vieste a ser a mais bela do meu harém.
Tu és a mais desejada, a mais querida
Mas como as outras, tu passarás também.
Agarrei-te com as minhas duas mãos.
Tu te debateste, não aceitavas.
Eu não perdi a esperança, isso não
Eu segurei o teu corpo, minha escrava.
Terei remorsos, certo, mas eu te quero comer.
Verei todo o sangue que tu perderás.
Tenho desejos de ti, podes crer
Depois da penetração, nada sentirás.
Consegui entre minhas pernas te prender.
Não desisti de fazer com que fosses minha.
Preparei a minha ferramenta do dever
E penetrei a faca no pescoço da galinha.
A. da fonseca
*Teias de Sonhos*
“Teias de Sonhos,
Desenhadas por fios outrora tecidos,
De sentimentos de dores e amores antigos,
Que se tecem para lá das almas dos perdidos,
Cruzando e juntando infinitos coloridos.”
Pingas ainda da tua teia,
O sangue que verti em cada uma das minhas lágrimas,
Em cada dor esventrada no meu corpo,
Em cada amor que perdi das minhas tantas almas,
Sumidas desta carcaça de calmas.
E ouço o jorrar deste corpo,
Que tanto foi meu e o qual abandono,
Para se juntar ao teu nessa teia de sonhos,
Minh’almas adormecem profundamente num sono,
Onde só há frio que perde as cores do Outono,
E vejo cada gota a cair uma e depois a outra,
Nessa poça de essência que guarda tanto de mim,
E que eu entrego a cada fio tecido,
A cada sonho com aroma de jasmim,
Enterro minhas almas noutra paisagem, noutro jardim.
Marlene
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Sangria
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Sangria
por Betha Mendonça
corta-me!
sê punhal
a sangrar- me
dores e amores
seja eu
sangue e seiva
sulco de rio
a irrigar-te...
Game Over - Final Countdown
.
Game Over - Final Countdown
Sonho
e no entanto vivo encharcado
que de tant'água espraiada in mote adverso
deste meu desperto, deserto!
de tantos ditos,ditados!
que são chuva secando na nascente
tempestade por dentro dos vermelhos,fios!
que são rios onde cada gotícula,preciosa!
clama pela análise desta sedimentação,
tensão - alta!
baixa - tensão!
extremos duma só ponta
coração!
e custa-me tanto aceitar...
que...
um...
dia...
este sangue que se me vai...
sofrerá a última observação...
ou uma lágrima , perdida...
rolando à despedida ...
Apagar...
(S)im ou (N)ão ?
LSJ , 281220101631 - (c) Távola De Estrelas
*Rainha*
“Para lá das minhas linhas,
Das margens em que te antevejo,
Caído no chão à espera do cortejo,
Que alcança as badaladas das Rainhas,
Que calcam as calçadas branquinhas!”
Foram os desejos,
Que moveram o mundo em que ainda giro,
À espera do teu ombro, de um abrigo,
Para chorar essas mesmas lágrimas de sangue,
Que não param de caiar…
Sim! Habitaram-me desejos,
Onde de negro vestia a minha pele macia,
Para o teu beijo que tanto acaricia,
A minha doce malícia no pescoço,
Como se sugasses deles maresia…
E foram esses mesmos desejos,
Que me lamentam o pensar,
Por deles tirar o prazer de amar,
Para além e aquém da escuridão,
Em noites que calco as calçadas na multidão!
Marlene
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... Maratona... O fim!
Foi de graça, meu Deus!... Sim! ...[Foi de graça].
Seu amor, através da dor – ensinando amar e ser amado.
Tão modesto; não se exaltava com seus prodígios...
Chorando no arrebol outrora na aurora espargindo seu sangue.
Passaram tempos... Séculos de seu esplendor.
Divina primazia em noites frias que agonia ao sentir...
A hora próxima do ápice do que seria..., Sua entrega na cruz!
... Ali expirou, mas ao terceiro dia ressuscitou -, subiu nas nuvens...
Partindo disse – voltarei! Ficarei com meu Pai! Deixo-vos o consolador!
O meu Espírito que te habilita a seguir a minha cruz...
Mas um dia volvi aos amados meus, Hei! Estou voltando
Já estou chorando, quantos não creem no que fiz por amor.
Sim. É chegada a hora – desperta talvez ainda haja um pouco
De tempo – eis que já estou com vestes reais, aguardando...
A ordem de meu Pai; - eis aí, os sinais...! Do martírio da cruz.
Eu sou real – ah, não me negues! Não sou sonho é debalde
Quem pensar assim: minha alma ainda geme e lamenta,
Tenho ovelhas fora do aprisco – que me oprime sentido no âmago.
Quando penso. Minhas mãos sangram gotículas jorrando
Da marca que trouxe comigo da terra que o meu Pai criou e formou.
Ora, chegue agora, tenha pressa está no fim à maratona...
Eu Sou a luz do mundo – antes que eu retorne só me resta à dor.
Ah, aqui já está preparado um cerimonial – anjos, arcanjos, querubins,
Serafins esperando por ti; diz-me, ah, não me negues fui real Sou real!
Lucas 12: 54 ao 59.
Vitis Vinifera
Vitis Vinifera
by Betha Mendonça
Sou o vinho tinto entornado,
Rútilo e esvaído como sangue,
Trago escondido no passado,
A atmosfera de um mangue.
Como um fruto bumerangue,
Entre tuas mãos amassado,
Sou o vinho tinto entornado,
Rútilo e esvaído como sangue.
No infindo desejo de ser amado,
Homem solitário e exangue,
Tens comigo prazer dobrado,
E ao saciar o teu corpo langue,
Sou o vinho tinto entornado.