Pensamento (2014_Set)
Apesar dos caminhos que andamos sempre encontramos alguém
Que nos faz pensar e sentir
É isso que enriquece o nosso espírito - conhecer.
Palavras soltas ao Vento
Sentido único! Para onde é que este caminho nos irá dar?
Sons, ecos, conversas soltas ao vento.
... meios sentidos...
... meios convívios...
... meias emoções...
... meias mentiras...
Riscos em arcos de templos.
Entrar? Sair? Seguir?
Aguço o sentido, aguço o ouvido...
São sons despertos para quem escuta o silêncio.
Sons de vidas escolhidas.
Sons que querem verdades empíricas.
Sons de afirmações de egos esquecidos.
Sons de pedidos como batidas de fundo.
Ecos de memórias varridas ao vento,
Ecos de imagens, de sentimentos e de sacanagens,
Ecos de desejos forçados por entre olhares trocados,
De quem sabe o que quer
De quem sabem o que tem.
São palavras soltas ao vento.
São palavras que o padre não pode reter.
São momentos de efémero certame,
São certezas que o sonho não será traído,
São pedidos de união ao coração correspondido,
São sons de acústica a ecoar ao sabor do vento.
Tons, palavras, idiomas, silêncios,
Tudo numa torre de Babel a ecoar num espaço fechado.
São palavras vãs perdidas no tempo.
São orações aos deuses por meios profanos.
São os sabores da Vida em sujeitos marcados
Esquecidos com o tempo mas não da idade.
São lágrimas de demónios, de anjos, de humanos,
São lágrimas de pecadores, de santos, de sofredores,
São borras de café,
São sinas de chá,
São o tudo e o nada num único sentido.
O tempo.
Entrar? Sair? Seguir?
Entrar numa onda de mudança
Entrar em esperança do ouvir Sim
Entrar em negação com o mundo
... sigo os caminhos que desejo percorrer...
Entrar? Sair? Seguir?
Sair do estado de monotonia
Sair da construção do desastre
Sair e fugir para um mundo que é seu
... sigo as pisadas do Sol na busca do momento...
Entrar? Sair? Seguir?
Seguir o que?
A ovelha? A moda? A intuição? A sorte?
O ser? O Homem? A Mulher? O Amor?
O coração? A mente?
Seguir quem? O quê?
Seguir uma acção que consta em ir por um caminho?
Seguir por uma via onde o som ecoa em direcção ao mar?
Para um mar de sentido único...
... sigo o que o coração quer neste momento...
O sentido percorre no Ser
E escuta o que o vento te diz.
Não ouves o som do silêncio a vir por meios
De ecos dispersos do templo da alma?
Para! Escuta!
Entra! Sai!
Segue o caminho que tens escrito
Por meios de tinta
As linhas do Ser.
@Setúbal, 2-2-2009
(in Palavras soltas ao Vento.)
Conjunto de textos que foram compilados para o concurso de 2009 de Azeitão.
Senhor Summer's
Personagem estranha essa
Que vê os primeiros frutos a surgir
Que sente que o calor anda no ar
Que corre para o mar como se Amor se tratasse.
Personagem estranha essa
Que põe brincos de cerejas,
Um chapéu de palha,
Lança foguetes de folia
E diz que não viu a chuva a passar.
Personagem estranha essa,
Que parte a melancia com um bastão para se divertir
Que toca e foge após soar a campainha da vizinha
Que faz olhos de cordeiro à filha do pescador.
Personagem estranha essa
Que todo mundo o procura o ano inteiro
E deseja-o sempre com um um sorriso regalado
Que vai de orelha a orelha.
Personagem, sim, estranha!
Não diz nada à sua Prima,
Prepara a vinha ao seu irmão,
E foge do parente mais frio para não o aturar...
Personagem estranha, de facto, esta,
Que ainda não o vi,
Nem o ouvi ou mesmo o senti
Em todo este ano.
Por onde andaste tu, meu magano...
Por onde andaste tu...
Tudo pode ser melhor
Tudo pode ser melhor por meio de palavras
por meio de ideias, por meio de sentimentos,
mas para quê?
Tudo mantém-se com o mesmo abismo de tristeza
ninguém dá um passo para o abraço
ninguém escuta os gritos do vento
ninguém sabe o que é solidão do desespero...
Como pode tudo poder ser melhor?
COMO?
Cortado os laços, cortado na voz,
tudo desmoronado por meios de vazios toques,
ninguém sabe o que é a dor do silêncio...
É isolamento puro.
Esquecimento...
...
...
...
e...
e ouve-se um tinitar de sino...
O que será isto?
Pior é impossível,
será que tudo poderá ser melhor,
após chegar ao chão da realidade?
Parece que finalmente posso ser livre,
para que tudo possa ser melhor,
pois não há mais nada que temer...
Aquele tinitar de novo...
Será que é que os crentes lhe chamam de Esperança?
Filosofia nos actos
Pode o sonho se transformar em realidade
Quando o impossível é mais tangível
Do que o real possível?
Não saber os actos que nos promovem
Com as leis do saber
Faz deslizar para dois sentidos,
Pela virtude do trabalho
Pelo vício do ócio
Mas esquecendo o que realmente é importante
Por qualquer caminho que tomes
Irá ter valor nulo
Se o coração e mente não se ligarem.
Pode uma semente ser árvore
Sem ser plantada, sem ser regada, ser ter luz?
Penso que a resposta
Poderá estar ao virar da esquina
Num mundo que é verdadeiramente grande.
Pescadores
Pescadores de homens
Pescadores de mentes
Pescadores de certezas
Do pão dado do dia-a-dia
São gentes que sabem
São gentes que vivem
Com o tempo presente
E o coração no amanhã
Dos seus filhos em mente.
Asas
Cresce nos montes
Nasce nos sonhos
Vive nos sítios mais incríveis
Demonstra possuir uma atitude real
Mergulha no seu apolo do mundo
Como também voa no silêncio profundo.
Ser, entidade,
Quem? Mocidade?
Voa? Como?
Onírico?
Talvez!
Pois tudo o que faço
faço-o por ti.
É o lema dele.
Afinal quem é?
É o ser do sonho
que ganha asas.
ASAS de esperança
que navegam
em sonhos,
fortalecem nos montes
tem um voou arrasante
real até.
Seus amigos
os mais reais
águias e falcões
e os mais intelectuais
corujas e mochos.
Afinal quem é?
És tu...
Quando sonhas...
Em poder voar...
30-9-2000
Uma lágrima caiu do céu
Uma lágrima caiu do céu
Uma simples, mas brilhante, lágrima
Caiu, mas foi reparada por alguém...
Esse alguém foi um mundo
Um mundo incompreensível
Um mundo invisível ao olhar mais cínico,
Mais negro, mais impuro...
Algo foi sentido, alguém o quis partilhar
Mas houve quem não quis o presente divino
Contido numa pequena reluzente gota de água salgada.
Cheio de bondade, cheio de fé, cheio de paz...
O que importa é que foi notado por mim,
Por ti e por todos os que viram
E que viram com os olhos da alma
Um sentimento de um anjo...
@Setúbal, 06-07-2004)
Tempo
O tempo é amigo da inspiração, mas inimigo da perfeição.
É curioso quando surge um pensamento,neste caso, surgiu ao teclar com o Alemtagus no chat.
"Naquele dia"
Naquele dia roubaram um movimento
Debaixo de lençóis estendidos ao sol
Tiraste-me o coração da timidez
Enquanto fui tolo sem nunca perceber.
Naquele momento me tiram a alegria
Devido ao ciúme que surgiu
Nos eternos e efémeros momentos
Da cascata dos tecidos secos.
Naquele instante a confiança foi destroçada
Não por falta de falas ou de valores
Mas por causa do ciúme pré-posto
Caído em vil língua inocente.
Naquele dia vi o que quis ter
Mas que foi roubado, destroçado, queimado,
Por palavras vãs, cruéis e impuras
De bestas sem coração e de maldade pura.
Naquele ano foi-me desgraçado
Por não ter o que queria
Por não ver o prazer que a estupidez humana
Podia dar em vil tóxico que é a inveja.
E agora neste momento
Suspiro por amor, amizade,
Confiança, Esperança, integridade.
(Esperança de fé não é de certeza.)
A partir deste instante
O não acabou o império
E a Vida regada em fontes verdes
De novo ciclo, mas de pesar, flui.
Esperança é algo que o humano tem
Mas que todos dias é posta à prova.
Esperança é sempre a última a fugir
Última por muitos, mas primeira no coração.
Aguardo o novo mundo
Aguardo o momento do nascer
Aguardo a aurora
Aguardo um sinal que diga Sim.