Luso-Poemas
 
Sonetos : 

Nevoeiro

 
Não sei como apareces de repente
atrás de qualquer coisa tão comum.
Fantasma, vens do nada, do nenhum,
assombras-me dum modo diferente.

Não sei qual a magia que tu usas
que põe a minha vida assim presa.
Não sei como me apanhas de surpresa
e tornas-te a maior das minhas musas.

Não sei como te fazes nevoeiro
opaco, envolvente, sorrateiro,
que tento abraçar mas não agarro.

Nem sei porque feitiço ou que arte
consigo facilmente imaginar-te
no fumo que se solta dum cigarro.

 
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ImprovávelPoeta
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Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 18/01/2010 14:17  Atualizado: 18/01/2010 14:17
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: Nevoeiro para improvávelpoeta


muito bem apanhado no poema esse "fantasma".parece-me um fantasma simpático.mágico.

beijo

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 18/01/2010 16:29  Atualizado: 18/01/2010 16:29
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Nevoeiro
Eu sempre leio os teus sonetos como se estivesse em teste, em avaliação, como quando em criança diante da professora que insistia o rosto numa expressão de prévio desapontamento e eu fazendo das tripas coração para não errar na leitura. Porque são sempre perfeitos.
Beijos

Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 18/01/2010 16:37  Atualizado: 18/01/2010 16:37
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Nevoeiro
Uau!... Magnificamente elaborada forma de usar palavras simples!... Poesia inteira!
Um abraço... provável!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/01/2010 17:07  Atualizado: 19/01/2010 10:20
 Re: Nevoeiro
sim poeta foi muito bom te ler, quando terminei, num 'estalo' fui remetido a esta música na voz de Nelson Gonçalves, que foi um grande intérprete da MPB, moramos no mesmo bairro, foi praticamente meu vizinho. quando conheci-o pessoalmente, já era reabilitado totalmente, mas a saúde muito gasta devido ao consumo de drogas pesadas e alcool por muitos anos.

é isso... gostei do momento do soneto.

http://www.youtube.com/watch?v=pNk3Z9Q81j8

fraterno abraço ao poeta Silvério, o avô do Francisco, e outros que sei que tens.

Silveira

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