Poemas : 

Arrebatamento de Um Erotofóbico

 

Amanhece o dia, mais uma vez
meu corpo insano e minha mente
insana entregues à boemia.

Érato bate à porta do peito
e me tranco como um fauno
curvado numa sala escura
imerso em meus satíricos defeitos.

Ouço chegar a tarde, sem saber
que sou um fraco, um perdedor
que não sabe se fica ou se parte.

Vejo a escuridão da noite
envolver o antro que me refugio
saio de inopino de meu refúgio
e sou supreendido por um açoite.

Era Érato, sorridente com um ar
confiante de que o poeta estaria
aos seus pés impávidos e indolentes.

Caio e ouço o choro da ninfas
que já conclamavam o luto por
minha derradeira e fatídica queda
por uma sinuosa musa linda.

Mas eu me debato, no solo me ralo,
luto quase sem vontade, esbravejo,
mas com a chegada da musa,
basta ela me olhar... e eu me calo.



São Gonçalo, 06 de outubro de 2009.

Open in new window


www.romulonarducci.blogspot.com

 
Autor
RomuloNarducci
 
Texto
Data
Leituras
813
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
shirley
Publicado: 21/04/2010 06:15  Atualizado: 21/04/2010 06:15
Da casa!
Usuário desde: 22/06/2008
Localidade:
Mensagens: 351
 Re: Arrebatamento de Um Erotofóbico
Todo poeta no fundo se sente um sátiro diante da musa que lhe inspira, talvez daí o motivo pelo qual se cala, assim ele traduz uma perfeição, q se palavras forem ditas perdem se o encanto. beijos poeta