Nos umbrais de minha janela escuto
O que parece ser um pardal ferido,
E com os olhos buscando perscruto,
Ao longe, um qualquer jaez gemido,
Que me leve até à pobre e dita criatura,
Para me acercar dela e a proteger,
Com gazes limpas, à moda de atadura,
Que o seu voo teve algures padecer.
Por fim, encostado ao umbral, descobri
O pobre animal com uma asa derreada
E meigamente o tomei para mim.
Quase febril tirei tudo de cima da mesa,
E na parte onde esta era mais espelhada,
Fiz-lhe ninho e mantive a chama acesa.
Jorge Humberto
15/09/07