Poemas : 

Diz-se das coisas da vida

 
A remoer a alegria
Na procura por relevos sentidos,
Naturais de leitura esguia,
Assomam-se todos os amores divididos.

É gente sem corpo,
Gente que adormece num copo
A encher de música quente,
Tão música que se assente
No líquido açucarado,
Fluido, volátil e desbragado,
Consumado de insegurança
E até ondulado sem semelhança.

Retorna a verdade
Depois de percorrer curvas exaustas
E linhas oblíquas, sem travão,
Numa soma de manhãs incautas
Que vão matando a idade
Com batidas de coração.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 27/04/2011 04:27  Atualizado: 27/04/2011 04:27
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: Diz-se das coisas da vida
"curvas exaustas"..."manhãs incautas"..."sem semelhança"..."retorna a verdade"..."coração"..."matando a idade"..."volátil e desbragado"..."música"..."a encher"..."tão"..."gente sem corpo"..."a remoer a alegria"

Excelente...o seu...texto "Diz se das coisas da vida"..."numa soma"

Abraço te


Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 27/04/2011 10:38  Atualizado: 27/04/2011 10:38
Colaborador
Usuário desde: 18/09/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: Diz-se das coisas da vida
Muita verdade junta num só poema.

Gostei de te ler Val

Beijos


Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 29/04/2011 18:09  Atualizado: 29/04/2011 18:09
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Diz-se das coisas da vida
Matando a idade... os dias seguem no compasso que o tempo, esse maestro, dita.
Muito bom, Val.
Sempre muito bom ler você.

Um beijo.