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Rodeios

 
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Rodeios

Soaroir
23/3/2012

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imagem/Net

Presunção, petulância, se atolar em comiseração e,
em nome de boa fé e perdão, engolfar-se
vítima de outrem, marionetes
que, para nossa conveniência, manipulamos
em prol de uma sobrevivência
suportável- alegação atenuante para
os nossos descuidos.

É burlesco quando nos sentimos tampa
do caldeirão do cozido desses vegetais
que somos. Nessa embriaguez de comidas,
fornos e fogões, lavanderias
e a insistente remoção das poeiras
que espanamos, dia após dia,
como resto de guião,
a fim de sobrepujarmos
à sujeira sobre a mobília
única que conhecemos
e às quais nos apegamos.

A mesa redonda, as fotos de família...
Mera representação viva de falas
e impressos, largados
em empoeirados “cellars” –
até o próximo quinhoeiro
se apossar do alheio espaço.


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