Estouro como um poema nunca escrito
Impludo nas palavras omitidas -os poemas que não se escrevem
Rebentam dentro de nós- as palavras que me sonegam
Escrevo-as com sangue altissonante
Escrevo a vossa mudez na nudez da minha loucura
Visto-me de nada nos atavios das vossas mascaradas
Sorrio no meu homicídio
Venero as minhas mãos assassinas de mim
Honro-me no sabre do samurai
E socraticamente cicuto-me!
Dionísio Dinis