Poemas : 

,as palavras esquecidas

 





Hoje já não me assustam as trovoadas,
ribombando como canhões na guerra,
as palavras esquecidas, sim.

Faz-me falta o esquecimento das palavras,
que vãmente, um dia quis esquecer.

(I)

Dos turbilhões contínuos, tropéis descontrolados,
cavalos loucos no cume de adamastores,
rebentam aloés, que se regozijam
neste tártaro repleto de titãs em
entranhas que apodrecem.

(II)

Quão longe sobrevivam, silenciosamente,


(III)

pelo grito do náufrago em alto mar,
pelos sonhos longínquos que o nevoeiro esconde,
as palavras, que um dia ouvi, repetidamente repentinas.

(IIII)

Hoje já não me assustam as trovoadas.




"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)







Textos de Francisco Duarte
 
Autor
F.Duarte
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1349
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
12 pontos
4
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2012 10:07  Atualizado: 21/10/2012 10:08
 Re: ,as palavras esquecidas p/ F.Duarte
há desses dias em que palavras são tragédias por um breve lapso da memória que. as esquece. que as distrai.



(muito)bom ler.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/10/2012 15:05  Atualizado: 21/10/2012 15:05
 Re: ,as palavras esquecidas
*Um novo ciclo e, AS PALAVRAS, continuam incontidas, sejam nas procelas ou nas calmarias.
Tua escrita, um tesouro.
Tua fã
Karinna*