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porcaria, cruzes, credo

 
Porcaria, cruzes, credo…
Está sempre alguma coisa a acontecer e ninguém vê nada.
Cheira a esturro na terra varrida a tapete pelos mosquitos da outra banda. Cheira a tudo menos a consciência.
Do outro lado ajoelham-se muito, rezam o discurso da oportunidade, mas sem falha de Santo André, porque se o chão treme a culpa é do mexilhão.
Por aqui passou a caminho do vou ali e já venho, o pensador da selva e deixou-me uns cabelos gregos na garganta, que me puseram a rir sem bandeiras. É que ele sem saber já nem é galho, quanto mais macaco de imitação do troca e estica o pernil, há muito fumado.
Chegou a vez da palavra doida engalfinhada de pontos sem ís, já que se prevê o futuro ao quadrado num castelo muito fiel ao triângulo das bermudas.
Seria um espectáculo desfazer o jogo das futebalas com a bola de cristal, mas as cartas chinesas têm dito que o vidro não é da boémia, os italianos não falam espanhol, e as bombas de carnaval entupiram a retrete da casa mais que branca e, por contágio, do mundo inteiro.
Ninguém sabe para onde se virar, porque o que desaparece não bate nas costas, e só vemos moscas a passar a ferro e fogo pelo nariz de quem não manda.
Calar e comer não vale que a febre arrasa e o antibiótico anda esgotado pelas vitrinas do poder.
Mas, se o apetite acontecer nos joelhos, os burros hão-de saltar
ao compasso do ferrar das melgas…
Porcaria, cruzes, credo…

Porcaria, cruzes, credo…
Está sempre alguma coisa a acontecer e ninguém vê nada.
Cheira a esturro na terra varrida a tapete pelos mosquitos da outra banda. Cheira a tudo menos a consciência.
Do outro lado ajoelham-se muito, rezam o discurso da oportunidade, mas sem falha de Santo André, porque se o chão treme a culpa é do mexilhão.
Por aqui passou a caminho do vou ali e já venho, o pensador da selva e deixou-me uns cabelos gregos na garganta, que me puseram a rir sem bandeiras. É que ele sem saber já nem é galho, quanto mais macaco de imitação do troca e estica o pernil, há muito fumado.
Chegou a vez da palavra doida engalfinhada de pontos sem ís, já que se prevê o futuro ao quadrado num castelo muito fiel ao triângulo das bermudas.
Seria um espectáculo desfazer o jogo das futebalas com a bola de cristal, mas as cartas chinesas têm dito que o vidro não é da boémia, os italianos não falam espanhol, e as bombas de carnaval entupiram a retrete da casa mais que branca e, por contágio, do mundo inteiro.
Ninguém sabe para onde se virar, porque o que desaparece não bate nas costas, e só vemos moscas a passar a ferro e fogo pelo nariz de quem não manda.
Calar e comer não vale que a febre arrasa e o antibiótico anda esgotado pelas vitrinas do poder.
Mas, se o apetite acontecer nos joelhos, os burros hão-de saltar
ao compasso do ferrar das melgas…
Porcaria, cruzes, credo…
 
Autor
RoqueSilveira
 
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Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 08/11/2012 18:43  Atualizado: 08/11/2012 18:43
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: porcaria, cruzes, credo
Boa tarde Roque, sua personagem padece de todos os incômodos que são criados com abundancia, pela incompetência humana, Parabéns pelo seu irreverente poema, um grande abraço, MJ.

Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 09/11/2012 01:50  Atualizado: 09/11/2012 01:50
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
Localidade:
Mensagens: 3263
 Re: porcaria, cruzes, credo
Sempre irreverente e sem papas na língua.Saudades de te ler.

Bj


Karla B

Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 09/11/2012 09:16  Atualizado: 09/11/2012 09:16
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: porcaria, cruzes, credo
olá Roque aqui nada muda nem as vontades nem os ventos.

bj