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SLAVES OF THE FINAL TWILIGHT

 
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SLAVES OF THE FINAL TWILIGHT



Sim, estou convicto de que esteja vendo a luz da definitiva supernova de nós cada vez mais sensível,
mais próximo. E a seguir seu rastro, interstícios edazes, loucos
para degustar, desde já, a nossa já tão sucumbida, até putrefada carne.


Porém seu aspecto sereno não revela nenhum traço de fome aguda. Não, ao contrário. O que parece é que talvez sejamos nós que estejamos a evocá-la, queiramos desesperadamente que ela venha, nos invada e seja bem-vinda, enfim, á nossa generosa casa, apesar de seus muitos dissabores, ainda alegremente altaneira, altiva, galharda.


Pesa-me sobre os ombros do cérebro tal impressão,
sobretudo quando contemplo desejos bélicos e dividendos em franca expansão
seqüestrarem-nos as mentes, aprisionando-as
em calabouços temerários do egoísmo, por sua vez, repousado em nosso magnífico computador congênito: vivente, vívido, submerso em vagalhões de vil-metálica obsessão, vil-metálico vício.


Esta impressão pesa-me sobre os ombros do cérebro,
principalmente quando percebo os sonhos de linearidade
se esvaírem ao seguir o curso do estuário da sofismáticamente feliz realidade burguesa telefabricada.
Sim, esta mesma que diz que a felicidade suprema repousa, impregnada; não na interminável fileira linear das mãos dadas, mas, unicamente, nos alicerces da assimetria hierarquizada.


Sim, sinceramente, sinto a certeza do apagar da existência
pesar-me sobre os ombros do cérebro.
Sim, sobretudo por ver, perplexo, o cominho no qual estamos trilhando: a via do nosso sol a subtrair-se, a tresmalhar-se do re-banho, a esmaecer-nos drasticamente a luz do corpo. Finalmente a desentegrar-nos a matéria, sem chance de retorno.
Sim, sinceramente, vejo o vácuo a nos varrer do mundo.
Vejo-o reduzindo-nos a menos que átomos, a menos que poeira, a menos que tudo, a menos que o nada presente, a menos que o na-da sequer existente. Enfim, a menos que a lama mais sórdida da subsistência em que, inconscientemente presos, dia a dia, apodrecemos por inteiro.
Vejo, então, ele rir vividamente quando constata que não há nenhum outro ser extraordinariamente pensante, além dele, em toda vastidão do universo, então, imerso na refulgência de seus obscuros buracos, corpos opacos, estrelas! Estrelas a sorrir, a se obliterar, a se acender sob o sempre açambarcador espaço enigmático e sôfrego por escapar da sombra de seu evo insuplantável!









 
Autor
jessé barbosa de oli
 
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