Crónicas : 

Vivendo Arte

 
Vivendo Arte.
A Arte é como um jogo continuo, onde nada se perde (...). É como se tudo pudesse ser recriado. Desde os acordes às vezes dissonantes de uma canção que podemos ornamentar com novos arranjos, a uma pintura que se enriquece através das lentes do fotógrafo, a quem o pintor, toma de empréstimo a luz imortalizada pela câmera. Ou da frase incompleta que se torna um poema pelo poeta que lhe dá sentido. Até mesmo a inclinação ou a forma de uma arvore que o arquiteto usa em suas obras.
A arte é essa mistura de tudo; de cores que se harmonizam, de figuras musicais que se entrelaçam e brincam nos dedos ágeis do pianista, do som que invade o espaço e nos alegra ou nos sufoca o peito em soluços. E que jorram dos lábios dos cantores. Ou até quando transformamos nossas vivencias e experiências em livros. A Arte para mim é algo tão visceral que é impossível colocá-la em um lugar fora de mim mesma. É como se visse Arte no corpo ainda belo, mas onde o tempo deixou sua marca. Ou na casa em ruínas onde novas formas ressurgem. Até na inspiração abortada pela urgência do viver diário, mas que teima em existir na esperança de realização em algum momento, naquele olhar sensível que encontra beleza na cena dantesca, de uma criança, que estende a mão pedindo comida.
A arte é tudo, é o jogo de claro e escuro, de pausa e som, de folhas em branco, que esperam pacientes, o preto das palavras que as tornam concretas, da tela que surge em meio a pinceladas, da violência do cinzel submetendo a madeira, do martelo criando formas na pedra, da luta entre arpejos em busca da harmonia, na lágrima que molha o sorriso pintado do palhaço. É o nascer e o morrer, é o efêmero que se transmuta em imortalidade.

Jacydenatal
Rio 23/09/2013


jacydenatal

 
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Jacydenatal
 
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