Atenção! Este texto pode conter palavras, imagens ou vídeos que podem ferir a susceptibilidade dos leitores mais sensíveis!
 
Poemas -> Sensuais : 

Minha sensibilidade ( ou a falta dela)

O conteudo desta página só está disponivel para usuários registrados!
 
21 pontos
9
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
TrabisDeMentia
Publicado: 08/04/2014 22:43  Atualizado: 08/04/2014 22:43
Webmaster
Usuário desde: 25/01/2006
Localidade: Bombarral
Mensagens: 2331
 Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Uma paródia à sensibilidade!

Mas esse dolente no fim me deixou confuso.
Dolência é aflição, dor, lástima, mágoa e sofrimento.
É tanta sensibilidade assim?



Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 09/04/2014 03:07  Atualizado: 09/04/2014 03:07
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18124
 Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Warmien
Gostei da leitura! Amor ou sexo selvagem assim imaginei, tudo haver com o título, para alguns muito excitante, para outros comportamento insensível!
Beijos!
Janna

Enviado por Tópico
Warmien
Publicado: 09/04/2014 05:50  Atualizado: 09/04/2014 05:50
Da casa!
Usuário desde: 17/01/2012
Localidade: São Paulo - SP
Mensagens: 446
 Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela) para o Trabis e JMattos
Inicialmente, peço desculpas ao Trabis. Minha reação foi desproporcional, intempestiva e grosseira diante do simples questionamento sobre o emprego da palavra “ dolente”. Melhor dizendo, sugeriu ele simplesmente que estaria usando “dolente” (do latim: dolens.entis - adj.m. Que pode sentir ou expressar dor; que sente mágoa; queixoso ) num contexto no qual possivelmente melhor se encaixaria “ lassidão” (do latim: lassitudo.ines - s.f. Característica, circunstância ou situação de lasso.Fadiga resultante de longo esforço físico - esgotamento: ). Um questionamento normal ao qual respondi de forma atabalhoada e grosseira, pelo que sinceramente me desculpo mais uma vez.


Janna,
obrigado pelo seu comentário e interesse neste poema.

Sem querer fazer uma análise literária para o que não me julgo apto, posso dizer que no poema em tela, o envolvimento do par amoroso ocorre através de fases que se poderiam denominar da relação sexual e final problemático diante de um possível questionamento da amada. Sugere que o parceiro não se extasiou tanta quanto ela esperava:

“... E diz que eu não tenho sensibilidade! "
Pode até ser verdade, isso cogito... “

A seguir, eu lírico sucumbe integralmente ao descrever o estado pós-sexo da parceira tornada evidente através da expressão:

“ Mas, só você sabe o que é o gozo da fêmea... “

Impressionado com o deflagrador do desejo o eu lírico, passa também a descrever no tempo nuances do desejo e da paixão imperiosa. A escolha da imagem da loba associa-se, pelos vocábulos eleitos como conexos ao seu campo semântico à exacerbação do lado impulsivo do ser humano e, no caso específico do poema, envolve a sensibilidade feminina expressa num orgasmo.

“... e infinito, às vezes constrito
que sobe à garganta, e não sufoca
um gemido de prazer que aflora,
e a deixa febril, nada sutil,
a ponto de gritar, como loba no covil...”

Em contraponto tem-se a insinuação, que o homem não acompanhou essa sensibilidade. A alusão à virilidade masculina suplanta a tentativa outra de prolongamento das sensações táteis.


“... deixar-me desavergonhado
tirar das fibras dos seus seios,
sem freios, nem receios,
tudo aquilo que pleiteio... “


A reação masculina aos carinhos encontra uma queixa e, na comparação sugere não ter ocorrido uma resposta física imediata logo após a posse:

“... toda aquela sede que festejo,
a nuvem de desejos ardentes
que somente em seu corpo
saboreio tão dolente....”

Os dois últimos versos indicam a ejaculação no nível físico e o momento final da síntese dialética unificadora do corpo e da alma, nesse instante deveriam estar integrados plenamente. A eleição do significado de dolente pode ser associada à intensidade do orgasmo masculino, apontando para a invasão física que sofre no momento da plenitude do gozo quando há ocasiões em que a mulher utiliza unhas e dentes para melhor exteriorizar suas sensações e o mesmo tempo “ marcar território” provocando lacerações na pele do amado.

O poema trabalha uma visão masculina da urgência do desejo e a figura da fêmea satisfeita apenas para sugerir a extensão do tempo do desejo masculino realizado e exposto que - torna-se evidente pelo conteúdo poemático - não teria sido atendido.
Todos os verbos referem-se a ela, cabendo a ele apenas cumprir a ordem imperativa: " a sede que festejo “ e “ desejos que saboreio “ manifesta a sua urgência através de uma linguagem agressiva. Frente ao enunciado feminino que busca imagens brandas e evanescentes para o seu desejo, contrapõem-se as falas masculinas.

A carga maior concentra-se toda nestes versos, cujo tom ordenativo finaliza o texto, deixando ausente do poema a cena explicita do comportamento feminino cravando unhas em seu ombro, descendo para o os glúteos, iniciando-se nas espáduas até as ilhargas em forma de “v” com três traços paralelos utilizando o indicador, anular e médio.

Por fim, é pertinente reiterar que, nesta poética erótica a linguagem tende, por um lado, a amenizar o que dito de outra forma poderia parecer grosseiro e, por outro, busca atingir a ultrapassagem dos signos linguísticos para melhor revelar o êxtase da paixão e do gozo e a dificuldade de expressá-los em palavras, resultando, dessa forma, o paradoxo de uma linguagem que une dor e prazer

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/04/2014 11:42  Atualizado: 09/04/2014 11:45
 Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
hmmmm

eu vejo este texto como uma busca. um caminho nivelado ao sentimento da mulher em êxtase(figurativamente, claro! pois não há como saber por inteiro, o que se passa ao corpo e coração delas..) de tal forma retratado, que. a palavra "dolente" cabe sim, a um ato, não necessariamente, final. afinal,

acaso uns não saibam.. há várias formas de fazer sexo e várias formas de possuir e dar prazer à mulher, desde que ela queira, é óbvio!

não quero ultrapassar os limites do entendimento e nem partir para a pornografia(uia!) literária, mas.. é fácil pensar, huh? ou.. aos mais desavisados, os virgens de plantão(referindo-me aos conhecedores do famoso papai-mamãe), procurem ler outras coisas ligadas à arte do sexo.. tipo: kama-sutra e/ou até mesmo.. um bom filme pornô, se for este o seu caso! rs





desculpe-me pela ousadia, mas..
..eu não poderia deixar de falar!


e eu achei, sobretudo, um texto bem feito e procurei entendê-lo desta forma.



Enviado por Tópico
Branca
Publicado: 09/04/2014 12:41  Atualizado: 09/04/2014 12:41
Colaborador
Usuário desde: 05/05/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 3024
 Re: Minha sensibilidade ( ou a falta dela)
Li e me agradei do poema.
Sensibilidade e a falta dela (no caso aqui: sexo) existe em ambos os sexos.
Tem muita "loba" uivando aí fazendo teatro!
Mas havendo prazer, e a satisfação na dose que ultrapassa, aí sim... mesmo que se acabe "dolente" vale a pena.

Parabens (por tua sensibilidade).

abraço

Branca