Poemas : 

Poeta de estrada...

 
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Em tudo o que digo, intento
Desmembro, atiro areia para os olhos
Em altos gemidos
Outras, arrepio caminho

Foi Deus que me deu o condão
De escrever
Cabe a ti a interpretação
Ao ler

Coitados dos burros
Se fossem só ``burros``
Felizes dos espertos
Se não fossem incertos
Bem-aventurados os loucos
Dormem tranquilos
Malfadados os coitadinhos
Tem falta de coragem

Como vês escrevo
Com uma leviandade muito minha
Com vaidade e arrogância
Com carinho e muita dor
De merda, até de flor
Escrevo de olhos fechados

O que desconheces é que falo de ti
Ao escrever de mim
Que falo do medo
Que eu não tenho
Falo de pobres e dos ricos

Aos pobres levo esperança
Aos pindéricos dou a facada
Ou não fosse eu poeta de estrada

Aquela, que corta este país
Onde homens e mulheres
Escrevem o que te desdiz.

E no amanhã, outro que não tu interpreta
Enquanto tu passaste… tão SÓ…

Poesia de Antónia Ruivo


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
TrabisDeMentia
Publicado: 17/04/2014 20:22  Atualizado: 17/04/2014 20:22
Webmaster
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Mensagens: 2331
 Re: Poeta de estrada...
Por vezes deito-me a decifrar um poeta e acordo sozinho.
Acordo a apalpar um sonho que já não está.
Assim é o quente engano, assim é a estrada fria.
Assim como o sangue que abraça o aço.

Um abraço :)

Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 17/04/2014 20:38  Atualizado: 17/04/2014 20:38
Usuário desde: 06/06/2012
Localidade: Macapá/Amapá - Brasil
Mensagens: 5734
 Re: Poeta de estrada...
Goste e gostei. e enquanto te lia, um ser na estrada
um tanto solitário atravessou-me a mente.

obrigada, Antónia