Crónicas : 

Deixarei de usar albornoz quando falar do tempo.

 

" Não cubra o chocalho de maldições. Sob punhos de renda e mangas de veludo, esponjas marinhas assobiam."




Desde que fui confundido com um árabe deixei de usar albornoz. Não que gostasse deles, mas é mais prático quando se deseja saber se vai amar para sempre. Nessa esteira, passarei a arquitetar o arcabouço para felicidade geral da nação e principalmente para a minha própria. Sem temas árabes o melhor é discorrer sobre o tempo e o amor. Não são e jamais serão antagônicos desde que as condições meteorológicas influenciam a arte e o jeito de amar. Na ausência de nuvens o céu está pintado de azul claro e luminoso e o sol abrasa causando queimaduras no esparadrapo dos umbigos das montanhas alterosas. Maravilhoso mesmo este dia agradável, perfeito para uma partida de futebol. Se chover, joga-se gamão mesmo.
Queria saber se vai me amar para sempre. Ser preciso eu ajudo nesse sentido. As vidas serão cheias de felicidade na razão inversamente proporcional das distancias entre os campos minados de Abudabi e o céu que está pegando fogo acima de nossas cabeças. Saiba que trouxe um novo sentido à vida fazendo libertar uma força que havia esquecido existir. Agradeço enlevado apesar do trabalho que deu procurar nos armários e gavetas da minha alma. Aqueles momentos foram preciosos e senti com vigor a sua presença, reacendendo esperanças. Ah! Se todos os meus desejos de realizassem como antes de uma só vez a tabela de combustíveis permaneceria inalterada até o próximo período eleitoral. Não foi a fé que se extinguiu quando voou para longe. Não mais fogo entre nós. A única certeza que tenho é que está estranha e me sinto meio repugnante, aparentemente arrependido auto proclamando apaixonado por outra. Se bem que não aguardo respostas sensatas. Muito menos sinceras ressaltando que não é de bom tom tripudiar sobre um espírito amargurado.



http://palavrasdescontruidas.blogspot.com.br/

 
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FilamposKanoziro
 
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