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NA RUA DA AMARGURA

 
Tags:  SONETOS 2001  
 
NA RUA DA AMARGURA

Na Rua da Amargura tem um poste
E, obviamente, a sarjeta onde ora a lua
Cheia se espelha entre o lixo que flutua
Até que ali um bêbado se encoste...

A menos que esta imagem te desgoste,
Mira as chagas d’aquela face nua
Cuja extrema ruína te insinua
A passagem audaz d’uma insana hoste.

Não julgues tal miséria, antes lamenta:
Talvez do que fugira o amargurado
Seja mais feio que seu actual estado!

Se andas na rua, avança indiferente.
E finge jamais teres reparado,
N’esta cena que tens à tua frente...

Belo Horizonte – 20 12 2001


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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Enviado por Tópico
Pacheco
Publicado: 13/11/2015 09:33  Atualizado: 13/11/2015 09:33
Da casa!
Usuário desde: 28/09/2015
Localidade: Rio das Ostras - Brasil
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 Re: RUA DA AMARGURA
É isso mesmo, poeta! A correria do dia a dia quase sempre nos impede de prestar atenção nas agruras que cercam as pessoa no seu cotidiano...excelente texto! Abraço.