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O primeiro caderno vermelho - o livro francês - 9

 
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Tarde na oficina, depois de dormir um pouco e o olho inflamar de solda - fumo 'unzinho' para amenizar o meu sofrimento ocular. Acordei cedo, as cinco e meia da manhã, dormitei um pouco no sofá da sala e as seis e vinte levantei-me para banhar-me e trocar de roupa e cair no campo. Vim para cá, apertei um bom 'baseado' que degustei silenciosamente sem perturbara ordem natural das coisas. O carteiro-motoqueiro entregou umas cartas nos meus vizinhos. A cada piscada uma tortura. Meus olhos ardem como tivesse areia dentro dele4s. O nariz entupido e ai uma serie de desgraceira - o problema é a energia, mas Deus sabe o que faz, tenho apenas que seguir os passos que Ele indicar - Trouxe o romance de Borel "L'adoration" - é triste. As seis e pouco da manhã, depois de acondicionar a sacola com os pedaços de ferros para a grelha redonda e a grade pequena, fechei a oficina e zarpei sem escala para o meu passado, para o meu amado desterro para solda-las na oficina do velho Karl na travessa da Lapa no Portinho - velho parceiro de guerra, quase irmão. Depois de terminar a minha tarefa, fui ao escritório do meu amigo, o agente de navegação José Lopes da Silva para beber um café e assim me reforçar para a volta da mesma maneira que fui bem cedo, a pé. (recusei uma carona, queria fazer a cerimônia do 'lava-poste' no primeiro poste da comporta quem vai para o centro, fica no meio da avenida com suas duas lâmpadas para cada pista, iluminador os caminhos dos viajantes noturnos - é o ritual do Santo Poste, o iluminador - esse costume tem vários anos, toda vez que atravesso a comporta para o outro lado, tenho que parar e tocar no poste e fazer as minhas orações em árabe "dar es-salam" e em hindu " Hare Krisna, Krisna Hare" - na volta o mesmo ritual simbólico e único ao Deus Poste, iluminador. telefonei para Cemar, meu filho como sempre sob pressão da mãe, bebi umas latinhas básica de cervejas, almocei um bom prato de arroz, feijão, legumes e uns microscópicos pedaços de carne. Na calçada a sombra da mercearia de Seu Nonato, Seu João, Pita e o próprio mestre de ceremonia Don Cardoso. Os homens da Cemar estão trabalhando, mudara o disjuntor e agora fazem a ligação no poste. estou nervoso. Aleluia! Aleluia! de Handel - tudo bem, tudo saiu-se até agora maravilhosamente bem - Obrigado Senhor, hosana nas alturas - agradeço a rapaziada da Cemar.
Noite -sala de estar da II Casa Bamba - VIla Embratel.Os seios de Nha Gaça estão feridos. O bumba-boi em CD n arraial, sotaque de zabumba.Professor no quarto, Larissa também; Sarinha no computador e nós aqui - mamãe, Clarinha, minha cunhada e eu. Um tambor de criola ecoa, adoro esse ritmo genuinamente que nasceu nos terreiros das senzalas das grandes fazendas de cana-de-açucar. Clarinha ao ouvir a musica tema da novela das sete,levanta do sofá insinua uma dança. Há vinte anos estava com Van viajando para o festejo de Santo Antonio na cidade de Barbalha no Ceará onde mora a mãe dela Dona Ester - Tia Fleur chega do serviço, falando como sempre. Uma voz chama do terraço Sarinha.
Une bonne nouvelle - o livro foi expedido no dia 24 de maio - vou esperar até o final de semana - Um cantor local mostra as suas canções no palco temporário do Arraial. estou feliz com a aviso da editora Edilivre. Aguardo com muito interesse esse meu filho, o meu sonho enfim o meu livro em francês publicado por uma editora francesa "Le cahier Rouge du Pére Joseph" será o meu amigo inseparável, tenho que mostra-lo as pessoas a minha maneira simples de ser. Deus é que sabe como será. Só sei que fiz. - Quand il arriver je vais retourner a ècrire dans la langue françaises. L'ecrivain et le serrurier - J'aime la langue françaises - mais ce cahier est seulement par écrire dans la langue portugais (Quando ele chegar vou voltar a escrever na língua francesa. O escritor e o serralheiro - Eu gosto da língua francesa, mas este caderno é somente para escrever em português)

 
Autor
r.n.rodrigues
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/06/2016 10:20  Atualizado: 15/06/2016 10:20
 Re: O primeiro caderno vermelho - o livro francês - 9
Um bom texto.
parabéns.