Poemas : 

Soneto do ignorar nebuloso

 


Mesmo que não saibas, pergunte a si mesmo,
o quão fácil é ter despojada a alma da casca;
depois mergulhar no vazio, de tal andar a esmo,
haverá de dar vazão ao abarcado na rude vasca.

Perdei a esperança ainda que esteja tão louçã,
deixes os que se vão seguirem como às tabelas,
como já se sabia no dizer do adeus à anfitriã,
virá da noite no sentir que das vitórias anelas.

Não abarques seja desta época a premonição;
mais dolorosamente, enquanto o argumento,
quando o odor de betume impregna o verão.

Envolvido sem tato naquele proceder venenoso,
enquanto anoitece não saberá porfiado lamento,
terá a ser suficiente - e não ignore será nebuloso.

 
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ReflexoContrito
 
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