Poemas -> Dedicatória : 

Do brandir o trado

 

Já não te acoitas [desprezível] em qualquer lugar,
trai-te essa inquietação pervertida que ostentas,
consome-te degenerado e devorado reles-vulgar,
deitando bazófias miseráveis nas frases lentas.

Às lâmpadas frias tiveste, não berço, mas covil,
nas mansardas malditas que aprendeste as letras,
ensinaram-te deplorável ladainha e o terço vil,
e poucos motes das desditas que hoje impetras.

Para que fosses [ao menos] corrompido meão,
crápula ledo na lavra do canhoto amaldiçoado,
deram-te a seguir asqueroso o manual do cão,
todo nauseabundo ensinamento foi decorado.

Por n’arte abominosa de ofender já diplomado,
ensinaram-te a amofinar execrando a rejeição;
se és intragável bacharel para brandir o trado,
[aos nefandos], faltou-lhes dar-te boa educação.

 
Autor
ReflexoContrito
 
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