Receio o amor que desbota
na primeira tarde de outono.
Deveria assisti-lo como se fosse
uma ópera com final provável.
Deveria desviar-me
das cenas no caminho
para não querer-te
e não quebrar-me.
Agora a alma adormece
impregnada de promessas.
Chora ao descer das alturas
dos lugares onde sonhou.
A desistência de tudo,
corrói o estômago,
tritura flores e pedras
soltas no ar.
Morre o amor.
Renascerá depois
de amanhã.
Poemas em ondas deslizam nas águas.