Poemas : 

Nas costas dos anjos

 
Quando o futuro anda parado
o que avança é o passado.

Trocam-se os tempos quando,
estando parado, também ando.

Desalinham-se os pés, quase tropeço,
marcha sem vida, com as mãos teço.

É,
por vezes,
nas suas costas,
(sem nenhum presente)
que se procuram as respostas.

Estranho é o destino
d'andar a fazer o pino.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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