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Nessa altura

 
Tags:  memória    passagem    fardo    obras  
 
Nessa altura

Do alto da minha idade nessa freguesia
Eu dei as costas à paisagem da história
Com uma nuvem cinzenta na memória
Estando irreconhecível nessa tarde fria

Pensando tantas coisas nesse momento
Dessa passagem sem paz e sem glória
Com muitas perdas e nenhuma vitória
Na minha roda-gigante em movimento

As minhas falas são todas obras puras
Mas são destruídas como pedras duras
Pela água-corrente que bate e que fura

Vou carregando esse fardo tão pesado
Que eu chego a balançar para o lado
Que me dá medo de cair nessa altura.

Jmd/Maringá, 30.07.19



verde

 
Autor
João Marino Delize
 
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