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Textos de Quarentena 9

 
A marcha frenética que se fazia sentir às 6 da manhã de cada dia na grande cidade deu vez ao esvoaçar dos pardais, alguns pequenos morcegos e das poucas andorinhas que se vêm por aí... curiosamente, esta primavera, ainda não vi nenhuma... estranho.
Pessoas? São quase tão escassas como essas andorinhas. As conversas de circunstância, aos poucos, começam a dar lugar a venenosos comentários em relação a este ou aquele indivíduo. Os incautos incitam a boicotes xenófobos. A cor da pele volta a ser uma característica de selecção nas filas do pão, da farmácia....
Passaram alguns meses desde que começou esta miserável pandemia e de repente... o povo esqueceu-se de que todos contam, passaram a contar só alguns porque outros têm outra cor de pele. Porquê? Pergunto eu e devemos perguntar todos. Porquê?
A que se deve a tamanha mesquinhez deste povo?
A XI Jinping, a Donald Trump, a Jair Bolsonaro, a Boris Johnson? Ou aos chineses, aos americanos, aos brasileiros, aos ingleses?
"Todos contamos" apregoavam há umas semanas. E agora só contam alguns, cada vez menos... talvez um dia não conte nenhum, sabe-se lá.
Tomem juízo que eu vou tentar fazer o mesmo.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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