Poemas : 

Brusco despertar

 
As horas passam e dão lugar a dias e anos
Escassos anos floridos da nossa frágil vida
A velhice chegou e o amor fez-se o inimigo
As mãos trêmulas já tomaram outra forma
Os prazeres cederam, o corpo é embotado
A morte vem numa funesta névoa amarela
Nesse susto enfim acordo, isto não é real
O despertador tocou, digo não ao pesadelo
Não vão calar a alegria ínsita de minha lira
Seu canto entre as vinhas nas tardes de sol
Nada poderá me parar ou calar minha arte
Elevo o rosto e o vento faz suaves carícias
Estendo minha visão a dias que ainda virão
Também na escuridão, meu poema se eleva
Numa ode à vida que enfrenta os espinhos
Não tenho as mais puras virtudes celestiais
Isso não me impede de dirigir-me com amor
Para ir tão longe quanto um sonho permita


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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