Prosas Poéticas : 

O Chamado

 
Ouvi um chamado para ressurgir das profundezas de dias inclementes
Para reorganizar meus rumos e adquirir um estado mental mais sólido
Ouvi a música soando ao longe em um tempo de aromas e cores vívidas
E deparei-me com a bruxa que me convidou a saborear do fruto violeta:
"Olhe pela planície e veja que nenhum caminho o levará a qualquer lugar
Nem descendo o rio ou após a esquina, próximo à borda ou mesmo aqui
O ponto de chegada está dentro de você, a todo o tempo, em todo lugar
Um ponto de luz, uma gota de orvalho, um tom de graça ao entardecer
Você escolherá as formas de cruzar a linha para mudar sua própria vida.
Não acontece de imediato, não prontamente, mas certa manhã estará lá
Estenda a mão para tocar a cor do céu: a vida é mais rápida do que vemos
Mas haverá coisas mesquinhas a se preocupar e abandonar as mudanças
Você que escolhe se chegará lá ou se tudo ficará muito, mas muito longe
Você é seu mestre, as estações vão passar por você, por mais de uma vez
O sol nasce você acorda, e se põe você se deita, acha que estará tudo feito
Mas nunca chegará a saber o que aconteceu se não conhecer a si inteiro
Independe do tempo, lógica, ou demais razões que não compreendemos.
Quando se deixa assombrar, criará sua própria realidade lavada de negro
E com o olhar eclipsado pelo ódio, apagará as palavras da lógica e razão".
É o que diziam as estrofes da música daquela senhora de olhar tristonho
Não dá escolher uma ou outra palavra para ter as respostas que se espera
O real não está num ponto, a verdade é escrita ao longo de toda a página


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
Data
Leituras
344
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.