Poemas : 

Manifesto por um país melhor

 
Liberto enfim da mordaça que me atava a boca no silêncio
Vou deixar esta floresta, carregar minhas velas e cicatrizes
Vou contar segredos e fazer barulho, será difícil não ouvir
Farei espalhar minhas histórias ao vento que sopra do leste
Vou limpar o sótão das minhas memórias tão negligenciadas
De nada nos adiantam ataúdes bonitos, decorados, creiam
Pouco importa se o nome é diferente, mas o fruto for igual
A fome bate em tantas portas e já não se pode mais contar
Nas ruas, as balas não escolhem quais os corpos a penetrar
Enquanto nas estatísticas nos expõem mentiras eufemistas
Que esse povo jamais visto quer de volta os erros passados
Mas veja, os pássaros já não cantam, alegres pelas manhãs
Os políticos, com seus régios salários sempre pagos em dia
Com benesses não concedidas a quaisquer outros mortais
Fica-lhes fácil virar o rosto para, sem culpa, ter mais poder
Ignorando o que significa representar um povo já oprimido
Amealhar acres e acres de terra e andares triplos na praia?
A promessa do país do futuro é triste e arredia lembrança
Por isso, sem mantos e capuzes, digo: deixe-os com a lama
E repetirei até que você possa ouvir: vai calar ou vai lutar?



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/11/2021 10:16  Atualizado: 18/11/2021 10:16
 Manifesto por um "pasquim" melhor (cá vai mais um)




(Façamos poesia , porra)










É, de inegável maneira arte, a poesia,
Só por isso existo e esta alma que pensa,
Inconsciente que está sonhando, suave
O sonho, claro qu'é "vida-sentido-único",
Só porqu'isso existe e são meus braços e

Cansaços, sonho sem sentir aquele sonhar
Perfeito que se pode afirmar ser maior arte
Ou apenas consumo de mercearia, detergente,
Mercadoria "a-metro", falo p'los cotovelos,
Ensinei-os a mentir com sentimento qb.

No entanto não canso de prometer a mim
Mesmo um fio de cabelo com o pensar d'prata
Numa ponta, assim oval quanto o imenso
Universo, que é a esperança de ser tud'isso,
Só pra isso existo tod'eu, suposto Rei-Sol,

Deposto quando a serenidade da manhã
Acaba e se torna relento de fim-de-tarde,
Que sentido esta'arte de ser o tempo todo
Eu e não ser minha a fé, que a outros sabe
Tanto a sucesso e o meu falar implora

Essa inigualável maneira e forma d'arte.




























Joel Matos (07/2017)

















http://joel-matos.blogspot.com