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Meretrizes

 
Andam pálidas pelas ruas
as almas das meretrizes,
vão nuas, as vergonhas suas
apedrejadas pelas vielas
sofrem no tecto do mundo
e à noite choram às luas
saudades varinas e horas lindas.

Sobre os brados da memória
correm sonhos em clave de sóis sós
sustidos com a força de dó...
andam sombras perdidas dos passos
são mulheres, outras meninas,
e todas são ninguém...
... um ninguém que magoa
ao sentir-se assim, entre silêncios
e esquecimentos,
como andarilhos velhacos
de todo o pensamento.
 
Autor
José António Antunes
 
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Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 02/05/2008 12:37  Atualizado: 02/05/2008 12:37
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: Meretrizes
teu poema aborda a questão
da pungência de ser reduzido
á coisificação:
como é se sentir mutilado em seus sentimentos,
tendo como legado a rejeição tal filho
da sensibilidade, o toldar dos sonhos e
o sofrer como sina.
muito eloquente o teu poema.