Poemas : 

A Caixa de fósforos

 







Muitas vezes, sorrimos e brincamos.
Por vezes, pedimos pão.

Muitas vezes, nos confundem.
Outras tantas, disfarçamos.

Por vezes, há lepra na boca.
Não havendo sonhos, choramos.

Contam-nos que há abrolhos.
Míngua à volta da mesa.

Na delonga, cambaleia-se,
com fome de lobo.

Muitas vezes, simulam,
que não somos crianças.

Outras vezes, metem-nos
as ossadas na noite.

Há momentos, em que a infância
rompe-se da boca.

É nessa hora, que a fantasia desabrocha.
Cresce o espanto, por foliar com uma caixa de fósforos.










Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/03/2022 18:43  Atualizado: 03/03/2022 18:43
 Re: A Caixa de fósforos
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Quando se tem um sentimento e não se sabe explicar com palavras, então, vem um poema como o seu, e ele dá a voz, a um coração mudo.

Para espanto, "adultos" brincando com fogo e se divertindo como se fossem crianças