Poemas : 

Difícil

 
Sim, é difícil amar nesta vida de memórias fugazes
Quão difícil é um bater de asas contra o vento sul
A lágrima pode deixar o coração amar até a morte
Chorar um oceano enquanto voa sobre toda a dor
Mas vencer as agruras é que faz que valha a pena

Nessa solidão de espelho feita de difíceis abraços
De cicatrizes incuradas e a esperança contramão
No difícil bater de asas e no temor de ser pássaro
Que o regresso do voo, desnuda dores impiedosas
De abrir o guarda-roupas e encontra-lo meio vazio

Mas, fechemos os olhos e nos lancemos ao futuro
Não esse tíbio futuro dormido entre sobrancelhas
Sim uma atitude insubordinável a acasos fortuitos
Para romper velhos paradigmas e olvidar ausências
Refugiar aos irremediavelmente órfãos do silêncio

Ser o ourives p’a imensa aventura de forjar a pena
E com ela dar vida ao poema, renascido tão ímpar
Qual fosse um presságio no brilho de um vagalume
Ou faina de deuses invisíveis burlando o cotidiano
Impedindo o medo cerrar janelas ao apagar da luz



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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