Poemas : 

De um Medo que Matou o Poeta - Acto 111

 
Fiquei algures pendurado pelos olhos vendados
Em ruas iluminadas por dois solstícios de verão
Sem que as pedras tocassem os pés frios e nus
Ali de lado a floresta sacudia ventos inflamados
Que se deitavam na erva verde pisada no chão
A trocar dúbios saberes de temas fúteis e crus

De repente escureceu a noite e o dia ao espelho
Enrolados num desejo que esqueceu ser desejo
E se juntou só àquele tal inflamado vento vadio
O uivo do lobo soletrava lendas de tempo velho
Como se fossem um parágrafo ou breve harpejo
Em melodia única que se perdia num eco fugidio


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 25/01/2024 16:55  Atualizado: 25/01/2024 16:55
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Mensagens: 597
 Re: De um Medo que Matou o Poeta - Acto 111 p/ Alemtagus
Caro Alemtagus,
Sua poesia, repleta de imagens vívidas e atmosfera envolvente, é uma jornada fascinante pelo desconhecido.
A cena de estar pendurado pelos olhos vendados cria um cenário misterioso e intrigante.
A interação entre o eu lírico e a natureza, especialmente a floresta agitada pelos ventos inflamados, é poética e rica em simbolismo.
A transição entre o dia e a noite, envolta na reflexão sobre a intensidade perdida do desejo, adiciona uma dimensão de complexidade, enquanto o uivo do lobo e as lendas do tempo antigo enriquecem o texto com um toque místico.
Gostei especialmente dessa parte.
Meus cumprimentos.
Abraços.
Aline.