Porque se achavam donos
Porque se pensavam homens
E os homens que sonham sonhos
E os sonhos não matam fomes.
Desejos já nascem férteis
Desertos de desenganos
Decerto, de sonhos inférteis
Destes desejos humanos.
E assim que falava o mestre
(Aquele que foi indiano)
Dos teus desejos liberte
(Se queres subir no plano)
Assim se farás celeste
(Assim não serás fulano)
Serás eterno mundano
Serás sol se pondo ao leste.
Não finja não ver o tempo
Passando na sua frente
Um filme na sua mente
Que mente tal qual o vento
E vendo a estrada finda
O céu de dois horizontes
Verás que é curta a vida
Que é bem mais perto o longe.
As rusgas e tantas brigas
De nada adiantaram
Apenas eram intrigas
Que as águas se apagaram.
Porque tu achastes homem
Porque tu achastes Deus
Os vermes que lhe consomem
São os mesmos vermes...teus!
Gyl Ferrys
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