Moves-te entre sopros de tempo
e frases suspensas
às vezes distraído com mil ruídos
num compasso de incerteza
e desassossego.
Caminhas entre a raiz e o céu
seiva invisível entre as margens
do que és
e do que te sonhas.
Respiras a memória dos retratos
vidro líquido
lume aceso em lareira de sílabas
para que o verbo se desfaça
e volte a ser semente.
E eu
guardiã de murmúrios
esperarei por ti
com um espaço guardado no tempo
como quem bebe um silêncio morno
ao fim do dia.