Não te preocupes
com o que supões perdido.
Nem todo tecido
se guarda em gavetas
ou se abandona com o tempo.
Há o que se costura no escuro,
com linhas que ninguém vê
e não se despe.
Nunca.
É antigo,
feito de ervas que só nascem
quando se esquece o mundo,
mas não o cheiro.
Se um dia
sentires no ombro um peso leve,
feito de brisa e cio,
não te assustes.
É só um certo tipo de veste
que insiste em florir por dentro.