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A FARSA

 
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O amor já não mora aqui
houve um tempo em que o silêncio era conforto
agora é peso

As palavras continuam
mas perderam o que as fazia falar verdade

Dizem coisas por hábito
como quem assina papéis sem ler

Os gestos seguem
o beijo, o abraço,
o “como foi o teu dia”?

Mas tudo soa ensaiado
como atores que já decoraram o texto
mas esqueceram a essência da peça

Não há raiva
há uma calma estranha
de quem aceitou a ausência como companhia

Vivem lado a lado
mas estão ausentes

Dividem o mesmo espaço
mas são estranhos na mesma casa

Não foi de repente
o amor foi deixando bilhetes de despedida
em olhares desviados
em toques que não pediam mais nada

Agora só resta a ilusão
a triste fachada.

Mário Margaride


Adoro a poesia. E tal como um pássaro, voo nas asas das palavras, no patamar do meu sentir, e das minhas emoções.

 
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MÁRIO52
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 15/08/2025 18:04  Atualizado: 15/08/2025 18:04
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 Re: A FARSA
Olá Mário

«Não foi de repente
o amor foi deixando bilhetes de despedida»

e na verdade.
- as brasas já não aquecem, começa tudo a ficar um pouco remoto, fica-se cercado de silêncio, tudo tem o seu tempo, mas amigo não quer dizer que a afeição termine.

Só quando a indiferença dá náusea, não deve ser fácil, e aí é sim uma farsa.

Um gosto ler-te
beijinho


Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 15/08/2025 20:07  Atualizado: 15/08/2025 20:07
Administrador
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Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 2485
 Re: A FARSA
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.
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'...Não foi de repente
o amor foi deixando bilhetes de despedida'

Todo poema se resulta no tempo dado ao tempo.

Me abraço caRIOca!