" Onde a memória encontra o desejo, nasce a eternidade de um instante"
Saudades do tempo
que eu era pequeno,
dos anos passados,
do riso sereno,
abraço apertado,
dos dias mais belos,
das fotos, dos fatos,
dos beijos singelos,
das noites de lua
em minha memória,
gravada na sua,
a nossa história.
O céu estrelado,
bordado de tintas,
te dando um abraço
e um beijo de língua;
o rádio ligado,
morrendo a míngua.
Lembro com saudade
daquela criança
(dezoito de idade),
cheia de esperança,
seu corpo formoso,
perfeito, bonito,
de mim desejoso,
do tudo contido...
Veloz pela estrada,
deixando pra trás
rastros de fumaça,
um reino de paz,
as vozes vadias,
num sono profundo,
eterna magia,
tudo num segundo.
A boca sorvia
a imagem do som,
devorar de línguas,
borrando batom,
de noite e de dia;
delírio fantástico,
feliz poesia,
naquele cenário,
remate total,
entre outras linhas,
no ponto final
Te faço rainha.
num misto de cores,
em flores de aço,
os bichos cantores,
felizes no espaço,
vendo epiderme
da deusa mais linda,
a pele de neve
de uma Monalisa.
E ela sorrindo,
cantando para mim
uma melodia
de um Shakespeare,
olhos de menino
a tudo assistindo,
toda altivez
da deusa noturna,
a graça e a tez
de ti, criatura...
Que canto agora,
aqui, no momento,
olhando espetáculo
com olhos atentos,
pedindo aos céus
que ele perpetue
o nosso amor...
enquanto ele... dure!
Gyl Ferrys