Poemas : 

Meandros

 
Eu quis teu corpo meigo de doçura
Em tua boca procurei abrigo
Conforto para a minha em noite escura
Longe do olhar e dos fatais perigos,
Bem perto dos prazeres proibidos.

Eu quis beber do liquido e do lácteo
Do látego da poderosa língua
Da substância líquida e melíflua
Depois repouso eterno nos teus braços.

Eu quis me aliviar dos meus cansaços
Assim, busquei em ti meu alimento
Sonhei milhões de sonhos, mas de ventos
Que dissiparam sonhos pelo espaço.

Eu quis teu leito e teus dedos vermelhos
Eu quis te amar em noites de luar
Os querubins do Céu a vigiar
Teus seios me servindo em travesseiros.

Eu quis de tudo isto e muito mais.
Mas teu amor não quis ser oceano.
Apenas foi um rio, foi fugaz
Repleto de cascatas e ... Meandros!




Gyl Ferrys

 
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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 15/08/2023 11:39  Atualizado: 15/08/2023 11:39
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 Re: Meandros
Ah, certamente poderia - ao retratar cada momento da minha vida - reconhecer tal passagem: "Mas teu amor não quis ser oceano./Apenas foi um rio, foi fugaz".
Parece que certos amores fugazes têm a virtude de instalar na memória como parte dela própria. É isso que permite essa intensidade poética como unhas que se cravaram em nosso peito numa madrugada inenarrável. A força dos sentimentos saltam do poema e é essa sua maior virtude. Fantástico, como te é usual, poeta! Saudações.