Joguei meu pranto ao silêncio;
ele não me respondeu.
E o tempo parecia ilusão:
no fundo, a tarde era a mesma
ao longo desses anos...
Para fora da janela,
as coisas todas estavam lá,
somente a existir.
Tudo me parecia feito
nuvem e chuva,
exceto um nada que seguia
incessante e misteriosamente
concreto.
Quantas mais tardes como essa virão?
Que seja a dor o abrigo que me falta,
Para que eu descanse da ausência.
Já que só há esse vazio em minha alma,
Que é algo além de impermanência...