Mãe, dizem-me por aí que entristeceste,
Há tantos anos e só em ti guardaste,
O estigma do filho que concebeste,
Naquele lapso inconsciente em que erraste.
Sou a memória do que pecaste,
O espírito do álcool que não bebeste,
Assombrosa imperfeição quanto baste;
Releva o sangue que por mim verteste.
Também tu, Pátria, descamisada,
Alma Mater que vejo revoltada,
A quem nunca servi de braço armado…
Pareces distante, talvez magoada?
Esqueces-te de que fui enjeitado,
Sem nunca me dares significado.
18 de Março de 2011
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