Vento que não te vejo, mas te sinto,
Tal como na alma que de mim se apossa,
Já mais devendo aos vapores do absinto,
Do que à memória que foi só nossa.
Neste final momento em que pressinto,
A palavra que na boca se adoça,
Dita e redita por fiel instinto,
Querendo temperar a vida ensossa.
Na solidão que se abraça e no céu,
E nas bainhas de espadas inclementes,
Fazem-se escutar os aços tangentes…
Louco o vento uivando por entre as gentes,
Desejando ardente este seu troféu,
Mas tarde, que se levantou o réu!
19 de Junho de 2009